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A verdade não tem máscara

Sabe... é tudo muito conveniente. Às portas da Copa das Confederações, o Brasil se vê no centro das atenções mundo afora, devido às passeatas contra o aumento na tarifa do transporte público. A quem interessa, afinal, essa exposição em escala global de nossos problemas internos?

OK! O Brasil é hoje um país mais importante internacionalmente, mas não me parece o caso de simplesmente abastecer os noticiários gringos com informação. Com certeza terra brasilis é a bola da vez e, pelo jeito, servirá de exemplo para alguma coisa em âmbito universal. Como se a medida a ser tomada aqui (para resolver o tal impasse), doravante será aplicada em outros cantos do planeta. E o momento adequado é agora, devido à realização do famoso torneio esportivo em questão. 

Ora, se o aumento da passagem estava programado pra janeiro de 2013, por que cargas d'água só fizeram isso agora? E pelo jeito que o prefeito e o governador estão desnorteados, parece mesmo que só cumpriram ordens.

De quem? De alguém que não é nem de direita e nem de esquerda... mas além... suponho.

As manifestações em São Paulo são semelhantes as do OWS (Occupy Wall Street), ocorridas em 2011. Esse movimento se dizia contra a desigualdade econômica e social nos Estados Unidos, além da corrupção e influência de grandes empresas daquele país; mas, por ironia, contava com o apoio de magnatas predadores como George Soros, e da Lucis Trust - uma organização ocultista que surgiu na década de 1920 como uma editora. 

A saber: Lucifer Publishing.

Tanto os manifestantes da OWS quanto os daqui, conseguiram o apoio de um grupo de hakers da internet conhecido como Anonymous (Anônimos). Como o próprio nome diz, ninguém conhece as identidades de seus membros. Na verdade, qualquer um pode pertencer ao Anonymous. Há quem garanta que o grupo sirva aos Illuminati.

Se é bom, por que é oculto? Hmm...

Todavia, nas manifestações eles aparecem com a máscara estilizada do conspirador inglês Guy Fawkes, bastante popularizada pelo protagonista da obra ficcional V de Vingança, do autor britânico Alan Moore. V é uma História em Quadrinho muito famosa que acabou transportada para o Cinema. Possui um discurso anárquico disfarçado de revolucionário, e com doses cavalares de satanismo.

Moore é um praticante declarado de feitiçaria, se considera um mago, e a palavra escrita é sua vara de condão. Como um Merlin dos tempos modernos, alega manter contato com um demônio particular, e não dispensa os ensinamentos de seu ídolo maior, o bruxo Aleister Crowley (aquele mesmo da capa do famoso álbum dos Beatles).

Para Moore, o Livro da Lei de Crowley é a sua "Bíblia", e a frase "Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei", é o seu Pai Nosso. Já o lema dos Anonymous diz assim "Somos apenas um grupo de pessoas na internet que precisa de um tipo de escape para fazermos o que quisermos, algo que não faríamos numa sociedade normal... faça como quiser". Que tal, hein?

As histórias de Moore seduzem os leitores há décadas, assim como os discursos desses pseudo-movimentos políticos da atualidade.

A necessidade de se sentir importante, de fazer parte de algo maior é inerente ao ser humano, portanto é fácil abraçar a causa quando o discurso parece tão justo...  mas será que vale mesmo a pena se enfiar de cabeça em algo que você não compreende em sua totalidade? É sensato correr o risco de se tornar um fantoche nas mãos de pessoas desconhecidas?

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

Alexandre disse…
Abordagem interessantíssima! Adorei e compartilhei no facebook, todo mundo tem de se conscientizar das manipulações desses grupos secretos na sociedade.
Tania R.Sarak disse…
Aprecio muito suas publicações, e este texto me fez refletir o quanto estamos vulneráveis frente aos acontecimentos.
Anônimo disse…
Artigo muito bom. Pena que avançado demais pro povinho brasuca que pensa que tudo se resume a ser esquerda ou de direita. O negócio é mais embaixo. Quando se derem conta, o anticristo já terá implementado a sua agenda.

Cesar
Roberto Guedes disse…
Cesar, Alexandre, obrigado pelos comentários!

Tania, querida prima, que prazer ter uma mensagem sua em meu blog.
Beijo!
Carlos disse…
Simplesmente estupendo o seu texto! E ousado também, pois aborda temas considerados tabu por muita gente: a malícia nas artes e meios de comunicação.

A primeira reação dos céticos é sempre vir com ironias e escárnio, pois estão sempre transbordando em ignorância. Ainda mais no meio quadrinhístico, repleto de fanáticos que lembram torcedores de futebol. Ao expor a agenda macabra do autor Alan Moore com certeza mexeu num vespeiro, pois os seguidores do mago barbudo são cegos pela burrice.

É evidente que os tais anonymous se basearam no personagem de V de Vingança, se não na revista, na adaptação cinematográfica. É lógico também que a farta bibliografia sobre sociedades secretas, em particular sobre os Illuminati dá sustentação à sua análise. Só não vê quem não quer, só não procura se aprofundar quem é tolo demais.

Parabéns e continue nos brindando com artigos assim.
Anônimo disse…
Acho que todos nós somos condicionados, ou fomos desde a infância, a duvidar de tudo que tenha um pé no sobrenatural. Muitos professam fé em Deus, mas poucos admitem a existência do diabo. É uma tendência natural querer repudiar tudo que soe maligno. O problema nisso, é que não importa se acreditamos ou não, pois aqueles que estão por trás de tudo, os manipuladores (Illuminati ou outras sociedades secretas) acreditam. Tanto acreditam que não medem esforços, tempo e dinheiro para viabilizar suas crenças. É só ver as inúmeras produções hollywoodianas com temáticas ocultistas, os clipes musicais com mensagens subliminares, e os horrores da política externa e interna: as guerras sem fim no Oriente Médio, a hipocrisia da ONU, e o fato de quase todo estadista importante no mundo pertencer a alguma sociedade secreta. Só não vê quem não quer.

Renato Pinheiro
José Valcir disse…
Pensamento correto, Guedes.

Toni disse…
É inacreditável que quase a totalidade dos meios de comunicação estejam encampando um coro uníssono a favor dessas manifestações que, bem sabemos, não vai mudar nada no país. No máximo, baixar uns 20 centavos na tarifa de ônibus. A única coisa que os idealizadores das passeatas estão conseguindo fazer é criar cisão entre as pessoas, trazendo a maioria inocente pro seu lado. O lado da anarquia, da desordem social e do caos generalizado. Admiro sua coragem em expor uma linha de raciocínio tão polêmica, mas altamente bem baseada. Fui pesquisar sobre os tópicos na rede abordados em seu texto (soros, OWS, anonymous, Alan Moore e sua obra V) e fiquei perplexo.
Parabéns! Se já admirava seus livros do Stan Lee e da Era de Bronze, agora o admiro ainda mais pela lucidez, cultura e inteligência. Só falta conhecer o Meteoro.
Gilberto Queiroz disse…
Ótimo texto, Roberto. Mesmo por um motivo justo, há que se questionar os motivos ocultos...
Roberto Guedes disse…
Muito obrigado a vocês que leram e, principalmente, entenderam este tópico (que teve um recorde de visitações no período de uma semana).

Agradeço a todos que comentaram aqui, no Facebook e aos que enviaram mensagens via e-mails.

Como disse o jornalista francês Jacques Bordiot "Uma revolta pode ser espontânea, uma revolução jamais o é".
Olá Roberto tudo bem? Uma boa teoria essa levantada em seu texto, posso até não ser adepto à mesma, pois acredito que os fatos que se mostram presentes estão mais para uma "revolta popular" do que uma "revolução popular" (na verdade anda até longe disso), pois não há organização, líderes ou uma pauta definida.
Por mais que alguns grupos estrangeiros ou não tenham manifestado apoio ao movimento não quer dizer que os mesmos financiem os revoltosos.
Recentemente li as matérias da Veja, Istoé e Época (péssima por sinal) sobre o tema e posso dizer que corroboro com a tese de ser uma revolta popular face às condições sociais de nosso país... não se tratam de 0,20 centavos do transporte público, mas algo muito mais amplo: insatisfação com a conjuntura política e social brasileira. Não é de se estranhar que tal evento tenha ocorrido agora, pois é justamente neste momento que se começou o estardalhaço sobre as condições dos estádios e os gastos com os eventos de futebol, ou devemos concordar com um estádio de futebol que já está custando mais de um bilhão de reais (e com a conta ainda não fechada), como o de Brasília, e que há de se tornar um verdadeiro elefante branco após a copa?
Aonde resido várias pessoas se manifestaram contra os gastos excessivos nas festas de São João, que chegaram à casa de 1,8 milhões só em contratação de bandas de forró, enquanto isso não temos um único hospital em condições medianas, faltam médicos, não existe saneamento básico, transporte público só atende 1/5 do município, escolas em ruínas... pena que a imprensa não mostrou isso, preferindo ressaltar as festas.
Sou teu fã Roberto, mas acredito que há algo de podre na formo como conduzem e divulgam nosso país e não em nessas revoltas populares.
É minha opinião (desculpa o tamanho).
Roberto Guedes disse…
Não por isso, pode comentar as postagens do blog à vontade, Cavaleiro.

A respeito da "teoria", não a qualificaria assim, já que é notória a incitação dos anonymous e o apoio (que não especifiquei "financeiro") de Soros e da Lucis Trust ao movimento OWS - veja link abaixo, ou digite no Google em busca de outras fontes de informação.

http://lalternativaitalia.blogspot.com.br/2011/10/lucis-trust-behind-occupy-wall-street.html

Quanto às reivindicações dos manifestantes BRASILEIROS, também sou favorável - e nem poderia ser diferente, afinal, sou tão cidadão DESTE PAÍS quanto qualquer um. Só para constar, meu blog e selo editorial se chamam "Manifesto".

Minha preocupação, contudo, diz respeito ao modo em que tudo isso aconteceu e continua a ocorrer. É de se assombrar que uma grande parcela da população saia às ruas, apenas incitada por um grupo de bandidos virtuais, sem rosto e endereço, numa inocente perspectiva de que as coisas realmente vão melhorar.

Se o povo é capaz de encampar uma ideologia, assim, de bate-pronto, às cegas, imagino que a "mente coletiva" esteja bem azeitada para receber um "salvador da pátria".

Por essas e outras, humildemente quis contribuir com o assunto chamando à reflexão os seguidores do Manifesto, ao estampar neste espaço o "currículo" de quem inspira e apoia as massas.

Abraço!
Agora sim compreendi a ideia central do texto. Sabe, Guedes, pode ser que eu esteja sendo simplista, mas não acredito que o Anonymous seja tão forte assim, pelo menos aqui no Brasil, e por mais que o mesmo possa estar sendo financiado por um nixo político interesseiro nunca vi o grupo com bons olhos, seja por seus atos, seja pela forma que se manifestam, ao meu ver maculam o verdadeiro Anarquismo de Emile Zola e Bakunin.
Só pra esclarecer, paradoxalmente, trabalho no judiciário, sou religioso (acredito em Deus piamente) -- mas perdi as esperanças no atual modelo de democracia e principalmente em nossos governantes e seus sistema de política corrupta.
O canal de diálogo que está proporcionando em seu blog só vem a reforçar o papel do verdadeiro espírito democrático e patriótico que possui, sem demagogias, manifestações políticas ou direcionamento. Parabéns e vamos em frente!
Rom Freire disse…
Oi, Guedes.

Gostei bastante do que você escreveu e como aficcionado em magia e ocultismo e acima de tudo, CIDADÃO BRASILEIRO, não posso deixar de postar meu comentário.

Acho válido o que o Anonymous divulga e não considero isso terrorismo. Pra mim, terrorismo é o que é planejado diariamente contra nossa sofrida população nas câmaras, assembleias e gabinetes políticos Brasil afora.

Sou contra partidos políticos pois já está mais que provado que nossa política está totalmente corrompida, afundada em um mar de corrupção, desvio de verbas, propinas e todos os tipos de ladroagem. Quem assume um cargo eletivo quer apenas se dar bem as custas do trabalho do povo, não se importando nem um pouco se morre gente nas filas dos hospitais ou se um pai de família precisa dormir na porta da escola pública para garantir uma educação, geralmente de péssima qualidade, pros filhos.

Também sou totalmente contra religiões, que alienam o povo com sua lavagem cerebral coletiva em templos e igrejas. Sem falar na hipocrisia pregada em sermões sobre doação ao próximo enquanto sacerdotes, bispos e papas nadam em riqueza e usam o banco do Vaticano para lavar dinheiro.

O que levou milhões de pessoas as ruas não foi nada mais, nada menos que revolta pura e simples. Revolta contra os políticos que rapinam a luz do dia os cofres públicos enquanto o povo morre a míngua; contra a mídia idiotizante que nos empurra goela abaixo uma programação burra, omissa e vendida, ajudando os ricos a se tornarem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, enquanto, através de “atores” de sorriso perfeito, nos incita a doar nosso suado dinheiro para supostas causas sociais.

Fui e continuarei a ir em todas as manifestações aqui na Ilha do Caos exigir melhorias no transporte, na saúde, na educação... pois nós maranhenses sabemos mais do que ninguém o que é viver sob o açoite de uma oligarquia, essa sim a verdadeira cria do diabo.

Quando o brasileiro parar com essa mania de achar que “isso não vai dar em nada mesmo” e deixar de lado o comodismo, aí sim começaremos a mudar o país.

Em um país com mais de 190 milhões de habitantes ainda é pequeno o número de pessoas que acreditam veementemente na mudança e tiveram a coragem de sair as ruas para lutar por elas, mesmo sob o fogo cerrado dos militares e das críticas daqueles que deveriam estar do nosso lado, mas como escreveu apropriadamente o “satânico” Alan Moore em V de Vingança, IDÉIAS SÃO A PROVA DE BALA!

Um grande abraço!

Rom Freire

Roberto Guedes disse…
Rom, embora as manifestações sejam válidas, não será com violência e erradicação total da democracia, que se chegará a um Brasil melhor. Não existe uma nação no mundo que se sustente sob um "regime" anarquista. Acreditar nisso é acreditar no Saci Pererê, na Mula sem Cabeça e na Loira do Banheiro.

Ah, sim! Lamento muito em saber que você é um apreciador de ocultismo, pois, com certeza, isso condenará a sua alma. O mais sensato a fazer é abandonar essas práticas imediatamente e pedir perdão a Deus.

Sabe, eu também fico indignado com a vigarice de falsos profetas e demais líderes religiosos que não honram seus cargos eclesiásticos. Mas saiba que o Senhor está vendo tudo - e a Ele, ninguém engana.

Assim como não O enganam também, os praticantes de magia e ocultismo que realizam trabalhos de feitiçaria para prejudicar o próximo. Sabia disso?

É sim! Aqueles que sacrificam animais e pessoas em rituais macabros dedicados a entidades sobrenaturais. Esses mesmos!

Também não escapam da vista de Deus, os que realizam a necromancia, a consulta dos astros, a adivinhação e os que consultam e se deixam dominar por espíritos.

Tampouco as seitas que hipnotizam jovens, tirando-os de seu lares, para os jogarem nas esquinas da vida, feito indigentes abobalhados, vendendo incenso e entoando mantras sem sentido - enquanto seus pais choram a perda dos filhos.

Entenda, não há diferença nenhuma destes acima citados para os políticos ladrões e corruptos (que tanto repugnamos). Também não há diferença desses todos para artistas e autores de qualquer mídia (Cinema, Quadrinho, TV)que promovem a imoralidade, o satanismo, o consumismo desenfreado e toda e qualquer forma de depravação, seja física, psicológica ou espiritual.

Abraço!
Marcelo Tonete disse…
Texto precioso, Guedes! Você conseguiu amarrar vários elementos de forma lúcida e objetiva dentro de uma cadeia de fatores interligados.

Começa no tempo presente com as manifestações populares instigadas por hackers desconhecidos (pois todos os hackers são desconhecidos até serem pegos pela justiça), indaga sobre as razões obscuras desses grupos secretos, e explica a origem da máscara e termina falando de Hqs, território em que é supremo.

E tudo isso de graça, aqui no blog. Não que eu me incomode de comprar todos os meses a Mundo dos Super-Heróis pra ler seus artigos, ou colecionar seus almanaques do Meteoro e os preciosos livros que já escreveu.

Continue a nos brindar com sua inteligência e conhecimento, independente de qualquer corrente contrária.

Anônimo disse…
que delicia ler o que vc escreve!
sou fã....