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Thongor quase estreou antes de Conan

Pois é, antes mesmo de Conan, o Bárbaro, Roy Thomas teve a idéia de licenciar e adaptar para os Quadrinhos o personagem Thongor , de Lin Carter, para a Marvel Comics.

Mas, ao final das contas, o editor-chefe Stan Lee disse para “The Boy” insistir com o bárbaro da Ciméria e redigir um texto-proposta para o chefão Martin Goodman – conforme Roy confirmou quando o entrevistei pra Wizmania (na edição 37 da 1ª série, em outubro de 2006):

“Sim, partiu dele (Stan) a decisão para que eu escrevesse um memorando ao Goodman explicando por que deveríamos licenciar um personagem estilo Espada-e-Feitiçaria. O negócio aconteceu por causa desse bilhete, e Stan merece tanto crédito por isso quanto eu”.

Bem, como todos sabem, Conan tornou-se um tremendo sucesso nas HQs, o que motivou a Marvel e a concorrência a investirem nesse segmento de histórias (conforme explico em maiores detalhes no primeiro capítulo de A Era de Bronze dos Super-Heróis).

Dessa maneira, em março de 1973, quando Roy ocupou o lugar de Stan, decidiu resgatar sua idéia original de adaptar “Thongor o Guerreiro da Lermuria Perdida”, passando a tarefa para George Alec Effinger (texto) e Val Mayerick (arte), com capa de ninguém menos que Jim Steranko na edição de estréia em Creatures on the Loose 22.

Foram poucas aventuras, e não fizeram muito sucesso como as de Conan (ponto para o feeling de Stan). Ainda assim, são histórias memoráveis, sem qualquer dúvida! Suas páginas mereciam um tratamento digital para uma obrigatória republicação de gala.

Infelizmente, pouco provável, dada a dificuldade demonstrada nos últimos anos pela Casa das Idéias em relançar material licenciado como Micronautas, Rom e Shang Chi (por causa dos personagens de Sax Rhomer).

Que pena, não é mesmo, true believer?

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

Seabra disse…
Prezado Guedes,

Também estranho que nunca houve interesse da Panini (ou dos leitores) numa republicação das HQs que o Steranko fez para o gibi do Capitão América e para o Nick Fury.
São clássicos, antológicos, ao menos pra nós, cinquentões.

Abração.
Valcir disse…
Guedes, bom dia!

Talvez o sucesso alcançado pelo Cimério, e sendo Conan o pioneiro nesse gênero de quadrinhos, qualquer obra seguinte seria considerada um "genérico". E por essa razão tenha vindo eclipsar outros personagens que, porventura, viessem a surgir. Como no Brasil apareceu através dos desenhos do Mozart Couto.
Anônimo disse…
É, o comentário do Valcir faz bastante sentido.

E não sei se é pelo costume ou o quê, mas "Thongor" não me parece um nome muito sonoro, como "Conan" é.

Apesar de que "Kull", se a gente não estive acostumado, também estranharia bastante hehe.
Roberto Guedes disse…
Tomando carona nos comentários de Borba e Valcir, também há o fato de que Conan foi produzido originalmente pelo próprio Roy Thomas e pelo talentoso Barry Smith.

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Seabra, você tem toda a razão...
Franchico disse…
A DC também sofre com essa dificuldade de personagens licenciados, basta lembra do sensacional Esquadrão Atari, de Gerry Conway e José Luiz Garcia-Lopez, que até hj não pôde ser republicada, por que a editora não consegue entrar num acordo com a Atari. Quem leu essas aventuras na década de 80, em revistas como Superamigos e Heróis em Ação, não esquece.
Anônimo disse…
O Guedão já matou a charada.
O Conan era produzido pelo Roy Thomas e pelo Barry Windsor Smith, que logo passou a bola pro John Buscema (que estava no seu auge). Mas adoro este tipo de quadrinhos e gostaria muito de uma republicaçao do Thongor, que apesar do nome teve uma capa do Steranko, e isso é para poucos. Voto com o pessoal acima quando dizem que uma republicação do material do Steranko, seja com Nick Fury ou com o Capitão era uma boa pedida para a Panini.
E lamento também pela falta de acordos e brigas pelos personagens, que nos deixam sem saborear personagens como o Superboy, o Miracle Man, Ou memso o ROM e Esquadrão Atari, pena, mesmo...
Abraço.
Andre Bufrem
Roberto Guedes disse…
Miracleman foi adquirido pela Marvel este ano, André. Além da produção de novas aventuras, acredito que as antigas sejam republicadas pela Casa das Idéias.
Voto com o pessoal acima quando dizem que uma republicação do material do Steranko, seja com Nick Fury ou com o Capitão era uma boa pedida para a Panini.

Nuca tinha ouvido falar neste personagem até agora muito interessante.