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Uma legião de monstros

“Terror era a palavra de ordem no Bullpen (a redação da Marvel). Por volta de 1974, quase metade da linha de gibis da editora era dedicada a temas que iam do ocultismo a monstros disformes, passando por lobisomens, zumbis, seres repugnantes e toda sorte de criaturas malditas. Tudo isso porque o gênero estava em alta mais uma vez, tanto em produções para a televisão, como em blockbusters das telonas, como o arrepiante O Exorcista. E quem ainda não estivesse satisfeito, era só comprar um disco de Rock Pesado do Black Sabbath ou do Blue Oyester Cult e ficar com aquela sensação perturbadora de estar sendo observado por detrás da cortina da sala. Para os mais entendidos e propensos a investir em uma cruzada, o mal, definitivamente, estava à solta em meados da década de 1970.”

O parágrafo acima faz parte do subcapítulo homônimo do meu livro A Era de Bronze dos Super-Heróis (HQ Maniacs Editora, 2008), e o repriso aqui devido ao atual resgate de popularidade do gênero Terror em várias mídias – que, de uma forma ou de outra, acaba migrando para as HQs ou partindo delas –, haja vista produções de sucesso como Supernatural, Walking Dead, Marvel Zombies etc.

Aqui no Brasil esse tema já foi bastante popular; inicialmente nos anos 1950, quando artistas brasileiros assumiram as rédeas de vários títulos estrangeiros que tiveram suas histórias estancadas lá fora devido à inquisição imposta pelo Comics Code.

Em 1976, com o lançamento da revista Kripta pela RGE (com material da Warren Publishing), uma nova onda de protagonistas malditos passou a assombrar nossas bancas de jornal. A Vecchi veio com Spektro e Sobrenatural, misturando autores nacionais e americanos; a Bloch, por meio do selo Capitão Mistério editava por estas bandas o que de melhor a Marvel produzia na ocasião, desde A Tumba de Drácula até Frankenstein e Histórias Fantásticas; e, já em 1981, Rodolfo Zalla lançava Calafrio e Mestres do Terror.

Estaríamos, portanto vivenciando uma nova “Era Terrorífica” nas HQs?

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

Zandor disse…
Espero que sim, Guedes. Adoro o gênero!
Eu também espero que sim. Se depender de mim, tem público certo...
Renato disse…
Eu adorava a Kripta e o Drácula da Marvrl, Guedão! Mas essalinha atual tipo Vertigo acho uma droga!
Anônimo disse…
Também prefiro o teror dos anos 70 a este de hoje em dia.Não que seja melhor ou pior, apenas diferente.
espero que esta moda de Terror fique por muito tempo e não se restrinja apenas a Vampiros românticos. Que tal uma história de Horor no Almanaque?
Abração
Andre Bufrem
Gerson_Fasano disse…
Eu gosto muito de quadrinhos de terror, é um tipo de hq que realmente me chama a atenção. Infelizmente uma onda como tivemos na década de 70, com Kripta, Spektro (no começo), as hqs da Bloch (Marvel), da Ebal (da DC), nunca mais.
Roberto Guedes disse…
É isso aí, pessoal! Muitos sustos e sobressaltos pra todos nós, leitores de HQs!
Julio Fernandes disse…
Recentemente saiu a revista Marvel Terror pela Panini com uma mini do Werewolf By Night e algumas histórias soltas do Simon Garth:Zumbi e do Monstro de Frankenstein. Comprei, mas achei o clima das histórias bem diferente dos anos 70. Também está saindo pela revista Vertigo uma nova série chamada American Vampire que parece legal, é ambientada no início do século XX. Daí me ocorreu se não seria interessante a Marvel lançar novas séries desses personagens ambientadas em alguma década passada, a de 70 por exemplo?