“Durante minha vida ocorreram muitos fatos embaraçosos e emocionantes que, vez por outra, eu comparei com a vida turbulenta de Peter Parker. É incrível como as aventuras desse personagem conseguem ser tão envolventes. Em suas histórias, vejo o meu reflexo e o de milhões de jovens. Ali se encontra um cara com problemas de ordem financeira e amorosa que, com o passar do tempo, vai suplantando todas as dificuldades e nunca perde as esperanças de conquistar seu lugar ao Sol.”
Tais palavras compõem parte de uma carta que enviei para a Editora Abril, e que foi publicada na seção Teia de Leitores de Homem-Aranha 35 (14 de maio de 1986). Lembro que alguns amigos mais chegados (entre eles, o Leandro Ciasca, querido e velho parceiro desde a época do Status Comics), decoraram linha após linha essa cartinha, e viviam a repeti-la para mim, como uma espécie de brincadeira particular. Eu nunca liguei, pois sabia que lá no fundo, eles tinham curtido à beça essa minha ode melancólica à emblemática aracnídea.
E olha que na ocasião eu já estava bem a par dos cortes e adulterações cometidos pela publicadora da arvoreta nas revistinhas Marvel. Mas, sabe... eu achava empolgante o fato de todo o Universo Marvel estar, enfim, sob o mesmo “teto” no Brasil, após anos e anos da mais completa promiscuidade editorial.
Naquele afã jovial, eu participava das reuniões do Conclave promovidas pelo Jotapê, que ocorriam nas dependências do Centro Cultural Vergueiro – de onde saíram pessoas importantes, como Giovanni Voltolini, Dario Chaves, Mauro dos Prazeres (Devir), Wilson Costa (fanzine Alegoria), Leandro Luigi Del Manto, etc. e tal –; escrevia e desenhava minhas próprias HQs, sonhando em vê-las publicadas um dia; e freqüentava a Livraria Muito Prazer, o quartel-general paulistano dos aficionados por gibis na década de 1980. Foi onde conheci, por exemplo, caras como Franco de Rosa, Joe Prado, Gedeone Malagola, Reginaldo Borges, e por aí vai.
Olhando para trás, parece que foi uma época mais inocente, repleta de sonhos que viriam a ser realizados. Tsc. Sei lá...
A bem da verdade, não tenho muito do que reclamar, e creio até que sou um privilegiado. Afinal, muita coisa eu consegui tornar realidade graças ao meu esforço, ao meu talento e, claro, à vontade de Deus.
Só que aquela velha teimosia do “querer mais” jamais nos abandona por completo. Aposto que com você é a mesma coisa, não é mesmo? Não importa o quanto tentem te desencorajar, nem o quanto te digam que é impossível. Você vai lá na coleção... pega aquele gibi antigo... lê uma história do Peter Parker, e... pronto! O Sol brilha de novo pra você.
E olha que na ocasião eu já estava bem a par dos cortes e adulterações cometidos pela publicadora da arvoreta nas revistinhas Marvel. Mas, sabe... eu achava empolgante o fato de todo o Universo Marvel estar, enfim, sob o mesmo “teto” no Brasil, após anos e anos da mais completa promiscuidade editorial.
Naquele afã jovial, eu participava das reuniões do Conclave promovidas pelo Jotapê, que ocorriam nas dependências do Centro Cultural Vergueiro – de onde saíram pessoas importantes, como Giovanni Voltolini, Dario Chaves, Mauro dos Prazeres (Devir), Wilson Costa (fanzine Alegoria), Leandro Luigi Del Manto, etc. e tal –; escrevia e desenhava minhas próprias HQs, sonhando em vê-las publicadas um dia; e freqüentava a Livraria Muito Prazer, o quartel-general paulistano dos aficionados por gibis na década de 1980. Foi onde conheci, por exemplo, caras como Franco de Rosa, Joe Prado, Gedeone Malagola, Reginaldo Borges, e por aí vai.
Olhando para trás, parece que foi uma época mais inocente, repleta de sonhos que viriam a ser realizados. Tsc. Sei lá...
A bem da verdade, não tenho muito do que reclamar, e creio até que sou um privilegiado. Afinal, muita coisa eu consegui tornar realidade graças ao meu esforço, ao meu talento e, claro, à vontade de Deus.
Só que aquela velha teimosia do “querer mais” jamais nos abandona por completo. Aposto que com você é a mesma coisa, não é mesmo? Não importa o quanto tentem te desencorajar, nem o quanto te digam que é impossível. Você vai lá na coleção... pega aquele gibi antigo... lê uma história do Peter Parker, e... pronto! O Sol brilha de novo pra você.
Vamos à luta, meu chapa!
© Copyright Roberto Guedes
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Comentários
No meio de tantos personagens estereotipádos,o Aranha é a salvação da lavoura nesta nova fase!
Dica para o próximo post:falar de seus personagens ao estilo Marvel e como vc conseguiu criar algo bem brazuca colocando os personagens dentro da realidade realidade brasileira.
Meu caro Guedes, esse reflexo também é meu. Devo admitir que fica difícil escrever diante de seus textos mas creio que Peter realmente nos traz essa luz, essa força, porque sabemos que ele nos ensina a acreditar em um ideal, acreditar que podemos nos realizar ajudando outras pessoas. Que o ser humano precisa buscar sua quinta -essência porque o mundo não se resume apenas ao contido na matéria. Muito pelo contrário, as coisas de verdadeiro valor estão presentes na busca pelo intangível. E essa natureza intangível seria fruto de alguma alienação? Na minha visão não. São intangíveis AINDA porque nossos olhos estão cegos para vê-las. Peter é a conversão (quando se torna o Homem-Aranha). Peter é a humildade (quando se esconde sob a máscara). Peter é o apóstolo (quando se sacrifica e ensina o bem). Ele é o herói porque qualquer um pode enxergar nas trevas, mas muito poucos podem exergar na luz. Eu simplesmente amo esse personagem que atualmente é muito mal escrito, mal aproveitado. Embora ele seja controverso, em minha opinião, a vários anos as melhores histórias do Homem-Aranha podem ser vistas em Ultimate Spider-Man de Brian Michael Bendis.
Escrevi muito não? Mas é o Peter né? rsrsrs...
Isso mesmo, vamos à luta. Como Peter, combater o bom combate.
Abraços! Wendell.
Também me identifiquei com o personagem e várias vezes em momentos difíceis me peguei com antigos quadrinhos. Ninguém que não conheça essa forma de expressão fascinante (parece ser o caso de vários profissionais da área hoje)pode entender essa relação. Mas qualquer um que já se emocionou com um gibi na vida entende muito bem suas palavras.
Só tome cuidado quando for para o "fundo do mar" pegar o soro...
Por um lado é bom, porque essa fase é muito boa mesmo.Por outro lado é ruim porque todos os personagens tem que evoluir e o Peter Parker voltou no tempo, mas a idade dele na cronologia Marvel ficou a mesma.
Por quantas vezes mais isso acontecerá com ele? E outra, uma das coisas mais bombásticas de guerra civil foi justamente a revelação de sua identidade, mas agora isso foi pro ralo, diminuindo o impacto de GC, e perdendo um pouco da graça na hora de lê-la de novo no futuro.
Abraço
Foi bom pacas!
Assim como seus textos.
E esse da cartinha foi demais.
Como que era?
Conta tudo!!!!!!!!!!
Hauhauhauhahuahuhaah
Abraços
GRANDE ABRAÇO, PARABENS PELO PROFISSIONAL E SER HUMANO QUE VC É, MANDE SEMPRE AS NOVIDADES OK? Do seu amigo e fã,
José Carlos Braga
Que Deus abençoe a todos nós em um ano repleto de realizações!
Porque como diria um garoto muito esperto: "...a felicidade não pode ser comprada tampouco ser transferida para objetos, pessoas ou lugares – pois uma hora tudo isso poderá ser tomado de você.
Exceto os sonhos..."
Então que esse ano possamos ser ainda mais felizes e realizar muito de nossos sonhos!!!!
Abraços aracnídeos a todos!
Wendell.
Estou de volta. Obrigado por comentarem neste tópico. Vamos às respostas.
Wendell, um feliz ano novo pra você também! Suas mensagens sempre me emocionam, chapa!
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Braga, pra saber mais sobre o Meteoro, leia a matéria que acabei de postar! Você não perde por esperar, amigo.
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Birão, já vi as fotos. Demais!!! Pena que não deu pra comparecer... mas não faltarão novas oportunidades.
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Rodrigo, acho que OMD peca em seu "nascimento", aquela coisa do pacto. Falamos sobre isso antes, mas você tem razão: é um assunto que merece uma abordagem mais detalhada. Vou pensar no assunto.
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Gersão, você é o cara! Sempre lembrando da HQ do Aranha no fundo do mar contra o "Planejador Mestre"! rsrs
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"Anônimo", obrigado por participar. Mas coloca o seu nome na próxima, OK? E, realmente... o Aranha - principalmente o das HQs clássicas de Lee/Ditko/Romita - era um personagem fascinante... e imbatível entre os leitores.
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Gian, aguardo mais informações desse livro. Parece ser muito bom.
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"Quadrinhos em Ação", agradeço a lembrança de minha antigas HQs. Pretendo, aos poucos, colocar mais informações sobre elas aqui no Manifesto. Por enquanto, fique com as novidades a respeito do Meteoro!
Abração pra todos!!!
G-R-A-N-D-E garoto!!!!!
beijos, querido