Guepardo é um personagem de minha autoria, em parceria com o desenhista Marcelo Borba, que surgiu em A Lenda Chamada Guepardo 1 (1998). Sua história se passa no final dos anos 1970, em pleno regime militar. Filho de um jornalista exilado, o herói foi acusado de ser um agente comunista, sendo perseguido e capturado pelas forças armadas. O tempo passou, e a justiça acabou por prevalecer. Pai e filho foram inocentados das acusações, enquanto seus inimigos entraram pelo cano - ou melhor, em cana.
Em Almanaque Meteoro 4 (2013) foi reproduzida uma página - ainda sem arte-final - daquela que seria a segunda edição do Guepardo, mas que jamais foi lançada. Os leitores ficaram muito curiosos com a cena, em que se vê claramente o herói felino tentando apaziguar um confronto entre policiais e grevistas (metalúrgicos do ABC Paulista). Sim, o barbudinho que leva uma gravata do PM é aquela pessoa que você está imaginando...
Devo dizer que na época em que escrevi o roteiro, tinha-o como um grande líder político. Alguém admirável, que veio de baixo e lutava para melhorar a vida do seu povo. Lembro quando, em 1989, ele disputou à Presidência da República pela primeira vez com o Collor. Na ocasião eu trabalhava na área da construção civil (embora já escrevesse HQs para pequenas editoras de São Paulo).
Convivia diariamente com fiscais de obras, impermeabilizadores, pedreiros etc. A maioria era do nordeste - como o barbudinho lá. Uma gente muito boa, simples, divertida e otimista. Mas nenhuma delas - daquelas que eu conhecia - votou nele. Todas, em peso, votaram no Collor. Nunca entendi a razão de preferiam o tipo coronel demagogo do que o "cara do povo". Talvez por causa da manipulação da Globo durante aquele fatídico debate. Vai saber.
O tempo passou. Em 2003, ele finalmente chegou à presidência. Dessa vez, com o aval de quase todo mundo. E deu no que deu. Ele traiu a confiança dos eleitores e protagonizou o mais sujo caso de corrupção da história do Brasil. Uma vergonha!
Não sei se ele se deslumbrou com o poder, ou se sempre foi um fingido: uma farsa! Concluo que todos nós, brasileiros de todos os estados da União, erramos. Tanto quem votou no Collor antes, como quem votou no "cara" depois. E também errou quem votou em outro qualquer, para qualquer outro cargo nas últimas décadas.
A verdade é uma só: não existe herói da pátria na política. Existem sim, lobos em pele de cordeiro... prestes a darem o bote.
Em Almanaque Meteoro 4 (2013) foi reproduzida uma página - ainda sem arte-final - daquela que seria a segunda edição do Guepardo, mas que jamais foi lançada. Os leitores ficaram muito curiosos com a cena, em que se vê claramente o herói felino tentando apaziguar um confronto entre policiais e grevistas (metalúrgicos do ABC Paulista). Sim, o barbudinho que leva uma gravata do PM é aquela pessoa que você está imaginando...
Devo dizer que na época em que escrevi o roteiro, tinha-o como um grande líder político. Alguém admirável, que veio de baixo e lutava para melhorar a vida do seu povo. Lembro quando, em 1989, ele disputou à Presidência da República pela primeira vez com o Collor. Na ocasião eu trabalhava na área da construção civil (embora já escrevesse HQs para pequenas editoras de São Paulo).
Convivia diariamente com fiscais de obras, impermeabilizadores, pedreiros etc. A maioria era do nordeste - como o barbudinho lá. Uma gente muito boa, simples, divertida e otimista. Mas nenhuma delas - daquelas que eu conhecia - votou nele. Todas, em peso, votaram no Collor. Nunca entendi a razão de preferiam o tipo coronel demagogo do que o "cara do povo". Talvez por causa da manipulação da Globo durante aquele fatídico debate. Vai saber.
O tempo passou. Em 2003, ele finalmente chegou à presidência. Dessa vez, com o aval de quase todo mundo. E deu no que deu. Ele traiu a confiança dos eleitores e protagonizou o mais sujo caso de corrupção da história do Brasil. Uma vergonha!
Não sei se ele se deslumbrou com o poder, ou se sempre foi um fingido: uma farsa! Concluo que todos nós, brasileiros de todos os estados da União, erramos. Tanto quem votou no Collor antes, como quem votou no "cara" depois. E também errou quem votou em outro qualquer, para qualquer outro cargo nas últimas décadas.
A verdade é uma só: não existe herói da pátria na política. Existem sim, lobos em pele de cordeiro... prestes a darem o bote.
© Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.
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