Será realmente necessário contar outra vez a gênese do Homem-Aranha? Estaria o leitor deste blog a tomar conhecimento do aracnídeo mais legal do mundo pela primeira vez aqui?
Claro que não!
Mas uma coisa eu tenho de admitir: não há muitos por aí que já tenham falado tanto a respeito do sobrinho mimadinho da tia May como este autor. E isso já vem de longa data, desde a época dos pré-históricos fanzines, lá atrás, nos anos 1980. Depois, a coisa tomou forma e ficou mais bacana, e não faltaram artigos em revistas e magazines especiais, capítulos inteiros em meus livros, trabalhos de edição em álbuns de luxo, e tradução de histórias clássicas. Até mesmo o bom e velho Stan Lee (o criador do Teioso), eu tive a honra de entrevistar, e, desde então, passei a trocar algumas palavrinhas com “The Man”, quando sua agenda permite.
Excelsior!
Certa feita, inclusive, ele comentou o quanto lamentava a perda de seu grande chapa Jim Mooney, falecido em 30 de março deste ano. Mooney também desenhou as histórias do Homem-Aranha, embora não tenha alcançado o status de outros ilustres colegas de profissão, notadamente Steve Ditko e John Romita. O primeiro, co-criador do personagem ao lado de Lee, e o segundo, aquele que ajudou a impulsionar de vez o herói ao estrelato, com sua arte limpa, linda e inigualável (pouco elogio é besteira, True Believer!).
Mas de volta à minha “campanha de difusão”, lembro que em 1990 produzi uma história curta em que o Aranha encontrava o Batman. WOW! É sério! Essa HQ de míseras três páginas acabou por render comentários favoráveis na imprensa especializada, tanto na Revista HQ quanto na coluna que Franco Rosa (aquele abraço, mestre!) mantinha nas páginas da Folha da Tarde, de Sampa City – embora o jornalista não tenha reconhecido minha assinatura. Mas valeu, afinal de contas, ele classificou meus rabiscos de “desenhos”.
Quer saber? Acho que o Franco deve ser tão fã do Aranha quanto eu. Aliás, creio que todo mundo gosta dele, certo? Hmm... não! Joe Quesada, o atual editor-chefe da Marvel, não gosta do personagem. É só ler as histórias dos últimos anos pra sacar isso...
A verdade é que mexer dessa maneira numa mitologia tão rica em conceitos e personagens diversos traz prejuízos irreparáveis para o super-herói. Desde meados da década passada as editoras americanas de comic books vêm sofrendo com a queda gradativa nas vendas. Os gibis não mais se constituem em suas principais fontes de renda, a salvaguarda delas é então o licenciamento das marcas – principalmente para Hollywood. Dizer que o desinteresse dos leitores se deve à interatividade dos jogos eletrônicos, e à diversidade informativa da internet tem lá sua lógica, mas nem de longe são as causas principais para a decadência.
As mentes pensantes (?) das redações norte-americanas não acreditam mais que boas histórias possam vender. Atacam de supereventos sensacionalistas caça-níqueis, porém efêmeros – como o absurdo pacto que Peter Parker e Mary Jane fizeram com o demônio, contrariando a própria essência do heroísmo – para depois, tudo voltar à estaca zero.
Inclusive as vendas.
Essa turma não tem idéia do tesouro que tem em mãos. Não avaliou corretamente a importância e emblemática do Homem-Aranha. Afinal, se até uma história de três míseras páginas muito mal desenhadas num fanzine artesanal vira notícia... imagine só se decidissem produzir ótimas HQs... como aquelas clássicas de Stan e cia.
Parte deste texto – publicado originalmente em Gibilândia 3 (abril/2002) – foi revisado, ampliado e atualizado pelo próprio autor.
© Copyright Roberto Guedes
Claro que não!
Mas uma coisa eu tenho de admitir: não há muitos por aí que já tenham falado tanto a respeito do sobrinho mimadinho da tia May como este autor. E isso já vem de longa data, desde a época dos pré-históricos fanzines, lá atrás, nos anos 1980. Depois, a coisa tomou forma e ficou mais bacana, e não faltaram artigos em revistas e magazines especiais, capítulos inteiros em meus livros, trabalhos de edição em álbuns de luxo, e tradução de histórias clássicas. Até mesmo o bom e velho Stan Lee (o criador do Teioso), eu tive a honra de entrevistar, e, desde então, passei a trocar algumas palavrinhas com “The Man”, quando sua agenda permite.
Excelsior!
Certa feita, inclusive, ele comentou o quanto lamentava a perda de seu grande chapa Jim Mooney, falecido em 30 de março deste ano. Mooney também desenhou as histórias do Homem-Aranha, embora não tenha alcançado o status de outros ilustres colegas de profissão, notadamente Steve Ditko e John Romita. O primeiro, co-criador do personagem ao lado de Lee, e o segundo, aquele que ajudou a impulsionar de vez o herói ao estrelato, com sua arte limpa, linda e inigualável (pouco elogio é besteira, True Believer!).
Mas de volta à minha “campanha de difusão”, lembro que em 1990 produzi uma história curta em que o Aranha encontrava o Batman. WOW! É sério! Essa HQ de míseras três páginas acabou por render comentários favoráveis na imprensa especializada, tanto na Revista HQ quanto na coluna que Franco Rosa (aquele abraço, mestre!) mantinha nas páginas da Folha da Tarde, de Sampa City – embora o jornalista não tenha reconhecido minha assinatura. Mas valeu, afinal de contas, ele classificou meus rabiscos de “desenhos”.
Quer saber? Acho que o Franco deve ser tão fã do Aranha quanto eu. Aliás, creio que todo mundo gosta dele, certo? Hmm... não! Joe Quesada, o atual editor-chefe da Marvel, não gosta do personagem. É só ler as histórias dos últimos anos pra sacar isso...
A verdade é que mexer dessa maneira numa mitologia tão rica em conceitos e personagens diversos traz prejuízos irreparáveis para o super-herói. Desde meados da década passada as editoras americanas de comic books vêm sofrendo com a queda gradativa nas vendas. Os gibis não mais se constituem em suas principais fontes de renda, a salvaguarda delas é então o licenciamento das marcas – principalmente para Hollywood. Dizer que o desinteresse dos leitores se deve à interatividade dos jogos eletrônicos, e à diversidade informativa da internet tem lá sua lógica, mas nem de longe são as causas principais para a decadência.
As mentes pensantes (?) das redações norte-americanas não acreditam mais que boas histórias possam vender. Atacam de supereventos sensacionalistas caça-níqueis, porém efêmeros – como o absurdo pacto que Peter Parker e Mary Jane fizeram com o demônio, contrariando a própria essência do heroísmo – para depois, tudo voltar à estaca zero.
Inclusive as vendas.
Essa turma não tem idéia do tesouro que tem em mãos. Não avaliou corretamente a importância e emblemática do Homem-Aranha. Afinal, se até uma história de três míseras páginas muito mal desenhadas num fanzine artesanal vira notícia... imagine só se decidissem produzir ótimas HQs... como aquelas clássicas de Stan e cia.
Parte deste texto – publicado originalmente em Gibilândia 3 (abril/2002) – foi revisado, ampliado e atualizado pelo próprio autor.
© Copyright Roberto Guedes
Comentários
Abracos
Luciano
Eu era, e ainda sou, da corrente de que não havia porque casar o Aranha. Foi uma limitação imposta ao personagem. Mas, definitivamente, a forma que usaram para separá-lo da MJ foi péssima. Que tivessem assassinado a coitada, ou a feito falecer de alguma doença!
Abraço!
Agora sobre o lance dos jogos, acho que não é real, um exemplo é que o mangá não é afetado por isso, digo isso pq tenho 22 anos, so dá fase do Boom dos video games, hj nao existe boom, é um mercado que pruma criança sempre existiu, não tem a febre que existia. SEria mto mais facil eu do anos 90 não ler, mas nao aconteceu isso. Até mesmo a internet, é algo que sempre existiu( pra essa geração), minha geração há uns 6 anos atrás vibrava só de conversar no msn hehehe
Acredito que tenha mais aver com o lance do não contar histórias boas que vc disse, além do modo de distribuição, mas amrvel já parece ligada nisso.
Parabéns e espero mais matérias sobre o aracnídeo diretas do Clarim Diário.
O pior de todos foi o casamento com a Mary Jane, pois este tirou toda a caracteristica solitaria do heroi, de duvidas, de azar; outro acontecimento podre foi a entrada do heroi nos vingadores(nada a ver).
Obs: Essa é minha opinião.
Enquanto ao quadrinhos em geral hoje:
Seculo 21 virou besteira pois, todas historias virou roteiros de Filmes.
Como diz "Alan Moore".
- I'm Spider-Man. And I'm still alive.
Tô eu aqui, perdido neste mundo das HQ´s.
Parabéns pelo blog!
Wendell, Kleber, Val, Zé, Gonçalo, Sandrovisk: obrigado por comparecerem. Hoje à noite entra um novo ensaio sobre o Aranha.
Aguardem!
Júnior: eu também não gostei nem um pouco de ver o Aranha como membro dos Vingadores. Ainda lembro de uma história dos anos 60 em que ele foi convidado pela primeira vez e acabou recusando. Nela, ficou mais do que claro a diferença dele para com os demais heróis. O estigma de herói solitário, digo - e que é o seu grande "charme".
Wagner: gostei de sua avaliação do fatos. E boa a lembrança sobre a distribuição. Continue por aqui, por favor.
Abraço a todos!
saudades de um Stan Lee.As histórias ficaram muito pretensiosas.E não sabemos mais quem age como herói e quem age como vilão...
Abração,
Andre