Qual é o sentido de você gastar seu suado dinheirinho em toneladas de revistas, álbuns e edições luxuosas de Histórias em Quadrinhos? Que lógica há em vasculhar sebos imundos à procura de edições raras – quando não menos deterioradas pelo tempo; colecionar ad infinitum títulos exaustivamente republicados em formatos diversos; e adquirir séries novas que já nem te agradam tanto, e que, você, por vezes, apenas compra e coloca na pilha, sabendo que jamais irá ler o referido exemplar?
Essas e outras perguntas sempre vêm à tona em rodinhas e listas virtuais de bate-papo dedicadas aos – por que não? – idolatrados gibis. Outro dia mesmo, em um grupo de discussão formado por jornalistas especializados, roteiristas, desenhistas e apreciadores em geral da “Arte Seqüencial”, falávamos pelos cotovelos sobre nossas experiências enquanto amantes contumazes dessa tal HQ!
Para alguns amigos, trata-se de algo terapêutico, que faz com que sua mente esqueça os percalços do dia-a-dia. Adentrando no campo da espiritualidade, outros praticamente beiram o fanatismo religioso (nenhuma crítica aqui, apenas constatação), e, ainda, há quem apenas goste de curtir a coisa em um nível periférico de entretenimento, vamos assim dizer. É o sujeito que compra somente aquilo que realmente lhe agrada – seja a série de determinado personagem, escrita pelo fulano ou desenhada pelo cicrano. E não é raro esse indivíduo simplesmente parar de acompanhar a mesma, caso alguma coisa ali o desagrade (mudança de autor, de linha editorial etc.).
Não sei qual é a sua praia, por isso vou falar do meu caso. Durante anos fui um leitor e colecionador voraz de inúmeros títulos nacionais e importados. Cheguei a um ponto em que comprava praticamente todas as séries Marvel e DC originais, além de ter em casa, as versões brasucas da EBAL, RGE, Bloch, Abril entre outras, dos anos 1960 em diante. Tudo isso, até o momento que a coisa foi perdendo o sentido. Revistas que jamais teria tempo ou interesse real de ler, avolumavam em proporções colossais nas minhas estantes.
Daí que iniciei o período de “desmanche” da minha nada pequena coleção. Algumas coisas eu me arrependi profundamente de ter vendido, mas outras nem um pouco. Sejam por questões profissionais – devido às pesquisas jornalísticas e de resgate histórico que vira e mexe realizo – ou pela mais simples e pura nostalgia. Mas com paciência e perseverança, e até mesmo com a ajuda de alguns amigos abnegados, vou, aos poucos, adquirindo um item aqui, outro acolá.
É uma pena que as revistas usadas estejam cada vez mais caras e difíceis de serem encontradas. E não é por causa da grande procura, não! Antes o fosse, pois, assim, os preços astronômicos cobrados pelos comerciantes ou leiloeiros de plantão estariam mais do que justificados. Acontece que muita gente vive de adquirir cópias e mais cópias do mesmo exemplar, por pura ganância ou egoísmo, não sobrando nada para ninguém mais. Há notícia de gente que guarda tudo pra si, não mostra, não vende, não nada!
Essas e outras perguntas sempre vêm à tona em rodinhas e listas virtuais de bate-papo dedicadas aos – por que não? – idolatrados gibis. Outro dia mesmo, em um grupo de discussão formado por jornalistas especializados, roteiristas, desenhistas e apreciadores em geral da “Arte Seqüencial”, falávamos pelos cotovelos sobre nossas experiências enquanto amantes contumazes dessa tal HQ!
Para alguns amigos, trata-se de algo terapêutico, que faz com que sua mente esqueça os percalços do dia-a-dia. Adentrando no campo da espiritualidade, outros praticamente beiram o fanatismo religioso (nenhuma crítica aqui, apenas constatação), e, ainda, há quem apenas goste de curtir a coisa em um nível periférico de entretenimento, vamos assim dizer. É o sujeito que compra somente aquilo que realmente lhe agrada – seja a série de determinado personagem, escrita pelo fulano ou desenhada pelo cicrano. E não é raro esse indivíduo simplesmente parar de acompanhar a mesma, caso alguma coisa ali o desagrade (mudança de autor, de linha editorial etc.).
Não sei qual é a sua praia, por isso vou falar do meu caso. Durante anos fui um leitor e colecionador voraz de inúmeros títulos nacionais e importados. Cheguei a um ponto em que comprava praticamente todas as séries Marvel e DC originais, além de ter em casa, as versões brasucas da EBAL, RGE, Bloch, Abril entre outras, dos anos 1960 em diante. Tudo isso, até o momento que a coisa foi perdendo o sentido. Revistas que jamais teria tempo ou interesse real de ler, avolumavam em proporções colossais nas minhas estantes.
Daí que iniciei o período de “desmanche” da minha nada pequena coleção. Algumas coisas eu me arrependi profundamente de ter vendido, mas outras nem um pouco. Sejam por questões profissionais – devido às pesquisas jornalísticas e de resgate histórico que vira e mexe realizo – ou pela mais simples e pura nostalgia. Mas com paciência e perseverança, e até mesmo com a ajuda de alguns amigos abnegados, vou, aos poucos, adquirindo um item aqui, outro acolá.
É uma pena que as revistas usadas estejam cada vez mais caras e difíceis de serem encontradas. E não é por causa da grande procura, não! Antes o fosse, pois, assim, os preços astronômicos cobrados pelos comerciantes ou leiloeiros de plantão estariam mais do que justificados. Acontece que muita gente vive de adquirir cópias e mais cópias do mesmo exemplar, por pura ganância ou egoísmo, não sobrando nada para ninguém mais. Há notícia de gente que guarda tudo pra si, não mostra, não vende, não nada!
Bobão!
No caso específico do comerciante, OK! É o negócio dele (não que o isso o habilite a ser um verdadeiro ladrão na hora de taxar seus preços), mas no caso de um particular, sinceramente não vejo muita lógica. Aliás, nenhuma.
Enfim, o auto-exame de consciência é gratuito, e todo mundo nasce com esse dom. Se eu pudesse aconselhar alguém individualmente, diria: compre apenas o que você realmente gosta. Aquilo que você vai ler e reler, que tenha algum significado bom para você.
O fato inconteste é que a Revista em Quadrinho tem essa característica “transcendental” de nos transportar de volta no tempo, e resgatar sensações, recordações e emoções de outra época, geralmente mais feliz, ou, assim idealizada em nossas mentes saudosistas.
Portanto, meu chapa, boa leitura! Boa diversão!
© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.
No caso específico do comerciante, OK! É o negócio dele (não que o isso o habilite a ser um verdadeiro ladrão na hora de taxar seus preços), mas no caso de um particular, sinceramente não vejo muita lógica. Aliás, nenhuma.
Enfim, o auto-exame de consciência é gratuito, e todo mundo nasce com esse dom. Se eu pudesse aconselhar alguém individualmente, diria: compre apenas o que você realmente gosta. Aquilo que você vai ler e reler, que tenha algum significado bom para você.
O fato inconteste é que a Revista em Quadrinho tem essa característica “transcendental” de nos transportar de volta no tempo, e resgatar sensações, recordações e emoções de outra época, geralmente mais feliz, ou, assim idealizada em nossas mentes saudosistas.
Portanto, meu chapa, boa leitura! Boa diversão!
© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.
Comentários
Esse texto foi muito legal! Pra mim, os gibis tem este poder de nos fazer viajar por uma gama imensa de emoções, às vezes, até reencontrando com algumas coisas esquecidas. Sabe, quando eu leio uma revista do Aranha - de preferência escrita por Stan Lee -, não é que sempre me aparece - na viagem - um garotinho que conheci muitos anos atrás.
Abração!
PS.: Que coisa essa HQ do Sgt. Fury and his Hawling Commandos, hein? The Man e The King. WOW!
Ah! Eu vi na parte superior da foto "O garoto que colecionava Homem-Aranha". Linda demais, não?
Enfim, tudo muito show! :) ;)
Parabéns e um grande abraço do chapa
Cesar
Abs
Enfim, grande reflexão.
Sds, Claudio
Abração.
Andre Bufrem
Andre Bufrem
Atualmente, nada releio, pois está tudo encaixotado e muito ficou para mim datado. Não sei porque mas me transformei num leitor exigente demais.
Talvez o aspecto da mera diversão descomprimissaada seja esse o caminho, a fim de recuperar o prazer da leitura jovial.
Parabéns pelo texto que nos faz refletir.
Parabéns pelo blog.
Abração.
Hoje o ritmo das compras é voltado para completar algumas coleções antigas, com histórias que realmente eu gosto. Me desfazer mesmo, só que tenho repetido, sei lá por qual motivo. Mesmo as que não gosto são parte da coleção, e por enquanto não consigo me desfazer delas.
Muitas vezes me lembro de como adquiri um ou outro número, abro a embalagem, aquela folheada, e quando percebo já se passaram 6-7 horas. É como uma máquina de transporte portátil.
Foi muito bom saber das experiências e pontos de vista de cada um, neste tópico.
Ah! Wendell, aquela revista traz o primeiro encontro do então Sargento Fury com o Capitão América. Acho que até hoje essa HQ permane inédita no Brasil.
Bufrem: essa edição de Young Men é de 1954, apresentando o retorno do Tocha Humana original, Namor e Capitão após o cancelamento de suas séries na Era de Ouro.
Durou pouco, e, como sabemos, o Universo Marvel só viria com força total a partir de 1961, com o lançamento de Fantastic Four 1.
Tá falado!
Obrigado pelos detalhes da Young Men. Deve ser uma revista muito importante mesmo. Acho que este capitão foi reaproveitado depois na cronologia normal como sendo outra pessoa, certo?
Andre Bufrem
Sandrovisk: valeu pela postagem!
As vezes uma revista trancende a história nela contida, é um link com um momento feliz do passado,o símbolo de uma conquista pessoal.
Realmente não dá pra entender quem compra vários exemplares da mesma edição, parece uma visão egoísta de não querer compartilhar o que aquele gibi representa com mais ninguém. Acho um pobre infeliz quem faz isso.