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Mostrando postagens de maio, 2020

Viagem no tempo com a Somtrês

Em 1981, eu tinha apenas 15 anos mas já curtia rock and roll havia "séculos". Contudo, não sabia nada dos bastidores do show biz, da história das bandas, das discografias etc.  Minha primeira incursão nesse mundo de informações foi por meio da revista As Melhores Bandas de Rock de Todos os Tempos, da Editora Três. Uma edição especial da Somtrês - que era uma publicação voltada para aparelhagem de som. Era a primeira publicação desse gênero lançada pela empresa do argentino naturalizado brasileiro Domingo Alzugaray, e eu estava lá para conferir. A edição propriamente dita ficou a cargo de Maurício Kubrusly (aquele mesmo), enquanto a seleção das bandas e textos jornalísticos foram feitas pelos míticos José Emílio Rondeau e Ana Maria Bahiana. Cream, Pink Floyd, Led Zeppelin, Rolling Stones, Beatles, The Who, Sex Pistols e tantas outras bandas marcavam presença naquelas páginas bem redigidas, diagramadas e recheadas de fotos incríveis. De brinde veio uma fita virgem Mac - qu

1968 ainda não acabou

1968 -  O Ano que não terminou é um livro interessante que sempre me fez pensar: Seria  a visão comunista de uma era turbulenta, ou uma narrativa jornalística sincera de um período histórico? Não me lembrava muito bem! Também pudera - como diria Walter Franco -, eu li este livro pela primeira vez há mais de 30 anos. Digo, a primeira edição - quando cursava História na Faculdade São Marcos. Queria saber das histórias que Zuenir Ventura tinha para contar; o jornalista que chegou a ser preso durante o Regime Militar, e só saiu da cadeia graças ao "reacionário" Nelson Rodrigues. Lembro que na época gostei do livro, e até recomendei a alguns conhecidos. Um deles preferiu me pedir emprestado. Acabei emprestando e, para o meu infortúnio, nunca mais vi meu exemplar. Só muito tempo depois fiquei sabendo que o pidão era comunista - mais pose e garganta do que atitude. Não sei se isso tem alguma coisa a ver... Mas  OK! A Companhia das Letras o relançou depois como uma edição "rem

Bulgákov, Stalin e Jagger

Já ouviu falar do livro O Mestre e Margarida?  Nem tenho como negar... descobri Mikhail Bulgákov por causa de Mick Jagger, que compôs Sympathy For the Devil inspirado neste famoso romance da literatura russa. Durante muitos anos, meu acesso ao texto se restringiu a uma tradução meio amadora armazenada num disquete (você se lembra desse equipamento?). Nunca terminei a leitura, pois era muito ruim ler no computador. Fato q ue só seria remediado, ao adquirir em 2019 a edição primorosa da Editora Schwarcz (traduzido direto do russo por Zoia Prestes). Bulgákov sofreu perseguição política de Josef Stalin, e muitas de suas obras foram censuradas - principalmente O Mestre e Margarida, cuja primeira publicação, com cortes, só foi lançada em 1966, 26 anos após a morte do autor. A versão integral só chegaria às prateleiras em 1973. Bulgákov desenrola de maneira magistral sua narrativa, a partir da chegada do diabo em Moscou na década de 1930, acompanhado de uma trupe bizarra formada por um gat