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Mostrando postagens de 2017

Homem-Aranha: Cinco décadas de sucesso no Brasil

Primeira aparição em 1967 Embora o Álbum Gigante 11, lançado pela EBAL (Editora Brasil-América Ltda) em agosto de 1968, seja o primeiro gibi brasileiro a publicar uma história em quadrinhos do Homem-Aranha, a estreia de fato do personagem ocorreu mais de um ano antes, em forma de anúncio, em Superxis 0, de julho de 1967. Um título que trazia as aventuras do Incrível Hulk e do Príncipe Submarino. Na verdade, era a reprodução de um anúncio americano de camisetas dos heróis Marvel, publicado nas revistas originais dessa editora, que faziam um tremendo sucesso nos Estados Unidos. Entre os heróis estava lá o aracnídeo - ainda como "Spider-Man", sem a tradução do codinome - e de sua contraparte "civil", Peter Parker. Finalmente, em abril de 1969, a EBAL lançou sua revista solo: O Homem-Aranha - como parte de um pacote de novas publicações que também trouxe o Demolidor (Marvel), Aquaman (DC Comics) e Judomaster (Charlton Comics). O Aranha alcançou a expressiva ma

50 anos da Marvel no Brasil

Em julho de 1967, os super-heróis da Marvel estreavam em nosso país via EBAL (Editora Brasil-América Ltda), de Adolfo Aizen. Eram personagens inteiramente novos, modernos e de estrondoso sucesso nos Estados Unidos - desde a fundação do Universo Marvel em 1961, capitaneado por Stan Lee, e coproduzido por grandes artistas como Jack Kirby e Steve Ditko, entre outros. Homem de Ferro, Namor, Hulk, Thor e um repaginado Capitão América também faziam sucesso em desenhos animados da televisão, chegaram aqui amparados por uma forte campanha publicitária, que também envolvia brinquedos, discos compactos, álbuns de colorir e outros acessórios infantis, além do patrocínio da rede de postos de combustíveis Shell.  Em seguida vieram o Homem-Aranha, o Demolidor e o Quarteto Fantástico. No decorrer do tempo, outras editoras nacionais também investiram nesses super-heróis fantásticos. Desde aquelas consideradas pequenas (ou "nanicas", conforme os fãs), vide GEP (Gráfica Editora Penteado),

A volta do Status Comics

Em maio de 1989, eu estava no comecinho de carreira, e fazia roteiros de HQs para pequenas editoras de São Paulo, quando, inspirado por revistas como Amazing Heroes e Comics Interview, decidi me lançar também no jornalismo cultural, com a publicação do meu primeiro fanzine: o Status Quo Comics.   O Status Comics, como ficaria mais conhecido entre os leitores, trazia novidades do mercado de quadrinhos, entrevistas e reportagens longas sobre autores e personagens; e caiu no agrado geral – sendo largamente divulgado em jornais e revistas de circulação nacional da época. Em 1992, após 10 edições, o Status Comics se transformou num selo editorial, que abrigou sob sua chancela, os gibis independentes Meteoro, Os Protetores e Força Máxima. Em 1995, uma segunda série do Status Comics foi lançada, em quatro edições bem populares. Agora em sua terceira encarnação, o Status Comics retorna maduro, profissional, e com um teor jornalístico mais opinativo, sem abrir mão do enfoque hist

Criador de Deuses: Sucesso no lançamento!

No último sábado - 1º de julho - aconteceu o lançamento e tarde de autógrafos do meu novo livro, a biografia Jack Kirby - O Criador de Deuses, na livraria Comix Book Shop. Apesar do frio de arrepiar, típico do inverno paulistano, o evento lotou. Foi emocionante, e o mínimo que posso fazer é agradecer pelo prestigio e carinho de tanta gente bacana. De leitores a profissionais da área editorial; aos amigos de longa data e familiares; aos colaboradores do Almanaque Meteoro e, é evidente, ao pessoal da Editora Noir e da Comix - responsáveis diretos pela realização do evento. Na mesma ocasião, o grande jornalista Gonçalo Junior - de tantas e imprescindíveis obras sobre artes em geral - estava autografando exemplares de seu recém-lançado A Subversão pelo Prazer (dedicado ao trabalho do italiano Milo Manara), também da Noir. Aliás, queria deixar registrado aqui o meu sincero muito obrigado ao Gonçalo, pelo trabalho de edição preciso e também pelo prefácio que escreveu para o meu liv

50 anos de Mylar, o herói misterioso

Em maio de 1967, a editora paulista Taika lançava a primeira edição de Mylar, criação do artista ítalo-brasileiro Eugenio Colonnese, para aproveitar o momento de popularidade com o gênero super-herói, renovado pela chegada dos personagens Marvel à televisão brasileira. Mylar era um alienígena que tinha como missão trazer a paz ao planeta Terra - nem que para isso precisasse usar seus poderosos punhos. Ele trajava uma roupa vermelha bem chamativa e usava u m cinturão atômico, que lhe permitia voar. Seu apelido era "Homem-Mistério", pelo fato de ninguém saber como era sua face, sempre encoberta por uma máscara totalmente fechada. Colonnese contava com a colaboração de Luiz Merí nos roteiros. Após oito edições lançadas o título foi cancelado, e o personagem desapareceu das bancas por um bom tempo, até que, em 1986, foi homenageado - junto a outros personagens e personalidades do mundo real - numa HQ de Watson Portela para o especial  Paralelas, da Press Editorial. Em 199

Super-heróis pernambucanos

Sandro Marcelo Farias, ou simplesmente Sandro Marcelo, pode ser definido como um autor arretado. Natural de Pernambuco, Sandro é uma figura constante no cenário de quadrinhos do nordeste do país, participando, desde 2003, de vários eventos e publicações independentes - algumas de sua própria autoria. São os casos das revistas Conversor e Invulneráveis - 16 páginas, capa colorida e miolo P/B. Tratam-se de HQs de super-heróis bem movimentadas, imaginativas e dentro de um universo compartilhado - o Saniverso -, baseadas em Recife. O primeiro é o alter ego fictício do próprio autor. Conversor é um "supra-humano" (como são classificadas as pessoas com poderes especiais no Saniverso), a serviço do Projeto Metagenoma. Ele enfrenta supervilões sobre o céu da cidade, sem saber que há um grupo de políticos corruptos manipulando todos os acontecimentos. Já os Invulneráveis é o supergrupo clássico, com vários personagens e personalidades conflitantes, porém unidos pelo bem

Algumas palavras sobre Punho de Ferro

Eu estava com um pé atrás com o seriado do Punho de Ferro transmitido pela Netflix. Além do trailer não ter me empolgado muito, os comentários nas redes sociais, de quem já havia assistido a série toda, não eram nada estimulantes. Alguns diziam que o personagem estava completamente descaracterizado, outros atestavam que o ritmo era lento demais, ou que as cenas de briga eram canhestras - principalmente se comparadas às do seriado do Demolidor. Entrementes a esses comentários desfavoráveis, também fiquei sabendo das acusações de o seriado fazer "apropriação cultural", simplesmente por ser o protagonista um homem branco usufruindo da filosofia e artes-marciais asiática. Ao ser indagado sobre esse assunto, o cocriador do personagem nas HQs, o roteirista Roy Thomas, mostrou-se indignado: "Tento não pensar nisso. Meu Deus! É só uma história de aventura. Essas pessoas não tem mais o que fazer do que se preocupar com o fato do Punho de Ferro não ser oriental?", ao qu

Homenagens ao Meteoro e seus amigos

Enquanto a sétima edição do Almanaque Meteoro não sai, seguem algumas artes bacanas feitas por talentosos desenhistas, que decidiram prestar homenagem ao Mascarado Voador e alguns outros personagens de minha autoria. Assim como eu, tenho certeza de que o leitor do Manifesto vai saber apreciá-las. Meteoro em estilo cartum - Por Mack DK Os Protetores em estilo cartum - Por Mack DK Meteoro dando um recado - Por John Castelhano Guepardo em ação - Por Rom Freire A Protetora - Por Lancelott Martins Zan-Garr - Por Lancelott Martins © Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Herói sem graça

Depois da divertida passagem de Mark Waid pela série do Homem sem Medo, a desconfiança foi geral em relação às novas histórias escritas por Charles Soule. E não é para menos: Waid vai deixar saudade, pois escrevia de uma maneira que dificilmente será repetida por outro autor. Seu Demolidor era leve, para cima, enquanto que nos dias de hoje, nas HQs de super-heróis, soar sisudo e depressivo é o lugar-comum. É mais ou menos isso que vemos em Demolidor 12 (fevereiro/2017), da Panini Comics, com desenhos incrivelmente sombrios do veterano artista Ron Garney - algo bem diferente de seu estilo ensolarado visto, por exemplo, em gibis antigos do Capitão América e Homem-Aranha. Não é que a trama seja ruim. Não é! O Demolidor se vê às voltas com um novo vilão no bairro chinês, o bizarro Dezdedos. Uma espécie de mafioso e líder religioso ao mesmo tempo. Além disso, o herói cego ganhou um sidekick: Ponto Cego. Trata-se de um oriental que vive ilegalmente nos Estados Unidos, e que desenvol