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O mal que não está nos gibis

Em 11 de setembro de 2001 o mundo foi abalado pelo atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York, que vitimou milhares de vidas inocentes. Houve uma comoção generalizada, e não faltaram homenagens e honrarias à memória dos mortos, tanto no campo cinematográfico, quanto no musical.

Sensibilizada, a Marvel Comics - principal editora de revistas em quadrinhos dos Estados Unidos -, encomendou à equipe criativa de seu personagem mais popular, o Homem-Aranha, a produção de uma história que captasse o sentimento de incredulidade e tristeza do povo americano, em especial, da população nova-iorquina - que é composta por pessoas de todas as nacionalidades.

No que diz respeito à história em si, é perceptível a angústia e a sensação de impotência não apenas em relação ao Aranha, mas também a outros heróis emblemáticos, caso do Capitão América. Afinal, onde eles estavam no momento do ataque? Por que eles, do alto de sua presumível superioridade física e mental não impediram os terroristas?

Até mesmo o maquiavélico Dr. Destino não contém suas lágrimas; quem sabe, concluindo que, por mais que se esforce, a vilania da ficção jamais conseguirá emparelhar-se com a maldade da vida real.

Sem dúvida, algo para se refletir.

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Este texto é parte do editorial que escrevi para Amazing Spider-Man (2ª série) 36: Edição Fac-Símile, julho de 2007, pela Panini Comics.

Comentários

André Valle disse…
Belo texto, Guedes.
O 11 de Setembro de 2001 foi um triste marco na História,mas essa HQ do Aranha foi produzida para captar a comoção do momento, pois ao se questionar onde estavam os Heróis Marvel nesse fatídico dia, acaba sendo uma pergunta sem respostas. Acredito que unir fatos reais com HQs é necessário muito talento, pois há uma linha muito tênue que separa uma história memorável de uma descartável.
Inter-HQ disse…
Muito bom!
Texto reflexivo.... excelente.... adorei!

Você, como sempre, perfeito no dom da escrita! Parabéns!
Alexandre disse…
Eu tenho essa coleção completa editada soberbamente por você, Guedão. Essa história do Straczynski é comovente demais. Lembro da cena do Aranha com o menino que fica órfão por causa do atentado às torres... é de arrancar lágrimas mesmo. Depois os EUA foram se vingar dos povos árabes, o que só aumenta a desgraceira no mundo. Violência contra violência. Olho por olho. Nossos heróis não nos ensinaram isso. Ou ensinaram?
Wendell disse…
Realmente, para refletirmos!

Bin Laden era um assassino e canalha, disso não há dúvidas.

Mas o que mais me entristece é que este homem um dia foi chamado de FREEDOM FIGHTER, por Ronald Reagan, quando os EUA precisaram de seus serviços no Afeganistão.

De fato, a vilania na ficção não consegue se emparelhar com a maldade, interesses escusos e sombrios do mundo real.

Victor Von Doom não se prestaria a um papel desses.

Que todas as vítimas de todo este jogo, seus familiares e amigos, encontrem a paz na luz do Senhor.

Abraços!
Carlos disse…
Ótimo texto pra variar, mister Marvel Guedes!
José Valcir disse…
O fato é chocante e inacreditável. Os Estados Unidos à mercê da vilania de terroristas? A maior superpotência do mundo? Vimos que a soberba americana fizeram-no cegos. Acreditavam (como nós acreditávamos) que ninguém ousaria atacá-los. Ledo engando. Mas o mais impressionante foi o oportunismo que surgiu depois disso: Magneto triste? Victor Von Doom lamentando a perda de tantos? Isso eu nunca engoli. Onde estavam os grandes heróis? No mundo da fantasia pois não se pode confundir realidade com sonho.

Mas fora isso, o texto nos faz pensar que para todo Golias há um David.

Parabéns, Guedes. O texto foi mais do que oportuno para essa data negra.
Eduardo Giancristofaro disse…
Roberto,

Parabéns pelo texto! Muito oportuno para o momento.

Abraço,

Edu
Paulo Cainé disse…
Meu caro, amei esse texto e também o desenho.

Sabe, nem mesmo as mentes mais criativas das histórias em quadrinhos poderiam relatar, nas páginas de um gibi, tamanha maldade tal qual foi a de 11 de setembro de 2001 em N.Y.

Esse episódio do mal, foi tão ruim quanto uma guerra mundial, porque abalou os sentimentos do mundo todo. Esse dia virou um marco mundial, todos que viram pela tv ou ao vivo, sabem exatamente nos dias de hoje, onde estavam e o que estavam fazendo no exato momento do ataque nas torres, assim como foi no caso da BOMBA de Hiroshima e Nagasaki, quem presenciou de alguma maneira o epísódio, nunca vai esquecer o que fazia e onde estava no exato momento em que ele aconteceu.

Realmente esse mal não está nos gibis, ainda bem que não.

DEUS abençoe.
Anônimo disse…
Ótimo texto Guedão.
Nos fafz repensar este episódio e desejar que por pelo menos um momento o homem pudesse voar... E parar aviões em pleno ar!
Andre Bufrem