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No princípio era tudo underground

De vez em quando eu gosto de dar uma fuçada em meus arquivos, pois sempre acabo encontrando alguma coisa interessante pra postar no Manifesto. Foi o que aconteceu outro dia, ao me deparar com o meu único exemplar da revista Udigrudi Especial 1, da Editora Phenix, lançada em novembro de 1990. 

Você deve estar perguntando agora "Mas e daí?". Bem, eu explico: esse gibi estilo underground traz uma das minhas primeiras HQs publicadas profissionalmente. Trata-se de uma história de seis páginas intitulada "1955", que conta de uma maneira pra lá de debochada como é que o Rock and Roll surgiu na América. A arte ficou por conta dos lendários Tony Fernandes e Wanderley Felipe - dobradinha que, por sinal, era dona da editora. 

A primeira vez que vendi roteiros foi em 1988, para o Gilberto Firmino da GED (Galvão Editora e Distribuidora), e, no ano seguinte, Tony e Wanderley publicaram algumas dessas minhas histórias pela Editora Ninja. A turma da Phenix era das melhores, e entre os seus colaboradores constavam os nomes de feras como Gedeone Malagola, Sebastião Seabra, Gilvan Lira, Jean Okada e Claudio Vieira (este último, inclusive, viria a ser o primeiro desenhista do Meteoro). 

A redação era na Avenida Ipiranga, centro da capital paulistana; mas depois, já sob o selo da Phenix, os caras se mudaram pra Rua Piratininga, no bairro do Brás. Por coincidência, eu trabalhava apenas a algumas quadras dali. Assim, vira e mexe, no horário de almoço, aproveitava pra encher a paciência dos chapas. Foi uma época boa. Eu ainda era novato e estava aprendendo com os feras! 

Um detalhe: a revista não traz data de lançamento no expediente. Pra descobrir a informação - sempre fundamental para os pesquisadores e colecionadores -, eu tive de recorrer a um velho fanzine que editava em paralelo às minhas atividades como roteirista profissional iniciante: o Status Quo Comics 3, na seção "HQ Geral".

Quadrinhos, Rock, fanzines... era tudo muito bom. E continua sendo... 

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

Anônimo disse…
Legal Guedes.
E a história era boa?
Não vale uma reprisada em algum AM?
Andre Bufrem
Anônimo disse…
Que tal reprisar essa história, Guedes?

Jorge B. Amato
Bira disse…
Caracas, Guedao. Eu nao lembrava que o Malagola tava nessa! O pior e' que GRANDE parte da minha coleção foi pra Unicamp! Nao tenho nem como consultar! Vc acredita que ate' os meus gibis dos Trapalhoes foram nessa? Se arrependimento matasse eu tava duro e enterradpo. Huhauhaauhauhaah
Roberto Guedes disse…
Pessoal, o estilo dessa e de outras HQs daquele período fogem muito ao perfil do Almanaque Meteoro.
Roberto Guedes disse…
Birão, no texto eu comento sobre os colaboradores da editora. Nessa edição específica da UDIGRUDI não tem material do mestre Malagola (embora o nome dele conste no expediente).

E o negócio agora é você correr atrás dessas edições - que, imagino, não devem ser tão fáceis de se encontrar por aí, não é?
Gerson_Fasano disse…
Gosto muito dessas histórias. Você já citou outra hq desenhada pelo Tony Fernandes. Teve também outras hqs por essa editora ?
Roberto Guedes disse…
Sim, Gérson! Tanto pela Phenix, quanto pela Ninja! Além das HQs, também algumas piadas em forma de tira (com dois ou três quadrinhos).

Se achar mais material dessa época, eu postarei aqui, OK?
Lancelot disse…
Era uma boa proposta... Esta revista acho que teve duas edições e um "extra"... Eu lembro desta aventura escrita pelo Guedes com a arte do Tony... Velhos tempos que não voltam mais...Boa lembrança.
Roberto Guedes disse…
Acho que é isso mesmo, Lance! Infelizmente não tenho (mais) todas as revistas da dobradinha Ninja/Phenix. Talvez haja mais alguma HQ minha numa dessas que me falta. O negócio é correr atrás.
Abração!