Roberto Guedes entrevista Edmundo Rodrigues

A Editora Europa acaba de anunciar o lançamento da edição 36 da revista MUNDO DOS SUPER-HERÓIS, agora com distribuição nacional, além de uma série de atrações interessantes. No blog Papo de Quadrinho, o jornalista Jota Silvestre adianta todas as novidades e o seguinte detalhe a mais que vai interessar o seguidor do Manifesto:

“Esta edição marca também a estreia do roteirista, editor, pesquisador e escritor Roberto Guedes, numa entrevista exclusiva com o ex-editor da Bloch, Edmundo Rodrigues, falecido recentemente.”

Pois é, ó intrépido, nestes quase 25 anos de carreira no meio editorial, eu tive a oportunidade de entrevistar muitas personalidades nacionais e internacionais, como Stan Lee, Roy Thomas, Steve Englehart, Rodolfo Zalla, Marv Wolfman e Mozart Couto entre tantos e tantos outros.

Este ano, porém, fui agraciado com a chance de entrevistar Edmundo Rodrigues, o artista responsável pelo sucesso do gibi do famoso personagem JERÔNIMO, O HERÓI DO SERTÃO, e também editor das polêmicas e idolatradas revistinhas Marvel da Bloch Editores, nos anos 1970.

Ele foi um profissional talentoso e polivalente, que atuou em várias outras áreas, arregimentando em suas cinco décadas de carreira, uma legião de fãs e amigos importantes, tais como Roberto Marinho e Adolpho Bloch.

Edmundo é quem, indiretamente, me "apresentou" as histórias em quadrinhos produzidas por Lee, Kirby, Ditko, Romita e toda aquela cambada batuta da "Casa das Ideias".

Quem leu pelo menos a introdução do meu novo livro STAN LEE, O REINVENTOR DOS SUPER-HERÓIS, deve ter percebido que, para mim, entrevistar Edmundo, seria como fechar um ciclo em minha carreira, mas, principalmente, saciar um desejo de fã.

E foi isso mesmo o que aconteceu!...

Por uma infeliz coincidência, Edmundo veio a falecer na última segunda-feira, mas só faz algumas horas que isso foi confirmado no fandom. Dessa maneira, a entrevista, que já era histórica devido ao fato de Edmundo quase nunca se pronunciar, ganha uma importância ainda maior, como sendo suas últimas palavras para os leitores.

Ao mesmo tempo em que lamento a passagem desse grande ídolo, também fico feliz - e honrado - de ter, de algum jeito, possibilitado a ele a chance de contar para os antigos fãs e para a nova geração de leitores um pouco mais de sua trajetória brilhante. Aproveito o ensejo para agradecer publicamente o editor Manoel de Souza, que apostou na reportagem.

Por essas e outras, se você é amante das HQs, não perca a nova edição da Mundo.

Tá falado!

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.