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Adeus, Infantino!

Fiquei sabendo por meio do meu amigo e colaborador, José Borba, sobre o falecimento do grande quadrinista Carmine Infantino. Que notícia triste! Admirava muito seu trabalho. Tive a oportunidade de escrever bastante sobre sua carreira no livro A Era de Bronze dos Super-Heróis, desde o começo, como desenhista de Flash e Batman, até sua ascensão ao cargo de editor-chefe da DC Comics, com destaque para as passagens mais marcantes - como o convite que fez a Jack Kirby para produzir a saga de Os Novos Deuses na DC, encerrando a parceria bem sucedida que o Rei mantinha com Stan Lee.

Também escrevi sobre sua participação na importante negociação que futuramente iria gerar o primeiro filme de Superman (com Christopher Reeve), além de várias polêmicas que permearam sua trajetória, como por exemplo, a sua recusa em criar qualquer personagem novo pra Marvel, quando esteve por lá desenhando Mulher-Aranha e Nova, entre outros.

Adiante, segue um trecho do livro sobre esse grande artista:

"Durante os anos de 1950 e 1960, o traço chique de Carmine Infantino eletrizou os fãs de Adam Strange, Batman e, claro, do Flash. Por vezes, encarnou um verdadeiro arquiteto – como seu ídolo declarado Oscar Niemeyer – ao criar cenários futuristas ou cidadelas perdidas no tempo e no espaço. Assumiu o comando da DC Comics no pior momento possível: quando da ascensão dos super-heróis de Stan Lee. 

Ao sair da editora, peregrinou pelas páginas em preto-e-branco da Warren Publishing, deixando sua marca indelével e, até mesmo, pela Marvel. A partir da década seguinte, ainda tentaria uma volta às páginas da DC, desta vez, como desenhista freelancer, mas seu traço diferenciado já não encontrava a mesma receptividade com o público leitor como nas décadas anteriores. Quase 10 anos após sair da presidência da DC Comics, foi nomeado como uma das 'Cinquenta Pessoas Mais Importantes' da história da editora.

Homem de opinião, nem sempre foi feliz em suas decisões, porém jamais titubeou em tomá-las. Desse modo, parece mais do que justo concluir que, se a DC da Era de Bronze (mais precisamente, a DC da primeira metade dos anos 1970) teve algum significado especial para o leitor, deve então, agradecer a Carmine Infantino."

O incrível mundo das HQs está bem menos interessante hoje.

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

José Valcir disse…
Não posso negar que seja uma notícia triste para o meio quadrinístico.