Que a janela embaça dentro
Vejo a noite pela fresta
Abro a porta, entra o vento
Trovão ruge no infinito
Raio rasga de improviso
Tudo branco em dois segundos
Vejo os céus – é um aviso!
Fúria impera violenta
Crueldade? És tremendo!
Gritaria compulsiva
Deu blecaute em pensamento
Só chuvisca, alma limpa
É o Verbo que aterrissa
Com sorriso ele sussurra
“Após tormenta vem a brisa”
Comentários
"Chove tanto mundo afora
Que a janela embaça dentro
Vejo a noite pela fresta
Abro a porta, entra o vento"
Posso estar enganado, mas entendi que esse verso transmite a sensação de reflexão para sentirmos o que sente o sujeito do poema. A chuva são os problemas do mundo, a janela são os olhos, embaçados pelas lágrimas, a porta é se abrir e procurar um caminho (encarar os problemas, a "chuva"), e o vento são "os bons ventos", "novos ares", a mudança necessária.
Ainda preciso entender melhor os demais versos, mas já parabenizo você por mais essas linhas tão bem escritas.
Uma visão poética dos acontecimentos que vemos mundo afora.
" Só chuvisca, alma limpa
É o Verbo que aterrissa
Com sorriso ele sussurra
'Após tormenta vem a brisa' "
Linda esta parte, meu amigo Robbie.
Tenho certeza que o Verbo irá aplainar as montanhas, e tão claro quanto o raiar dos dias todos verão sua glória.
Faça mais poesias, meu amigo.
Abração!