Várias pessoas usaram o
disfarce do Duende Verde através dos anos, mas a mais perigosa e importante
continua sendo a primeira delas: o empresário Norman Osborn. Criada em 1964 por
Stan Lee e Steve Ditko, a figura do Duende era toda envolta em mistério.
Sua identidade real
ninguém sabia, nem os leitores, tampouco os autores. Como eles ainda não haviam
se decidido quem estaria por trás da máscara horrenda do vilão, ele teria
sempre que escapar das garras da lei – e das teias do herói – para, ao final de
suas participações, Stan e Ditko só mostrarem um homem em trajes civis, e com a
face escondida, indo embora e planejando o próximo ataque ao Cabeça-de-Teia.
Durante dois anos, o
Duende ficou nesse vai e vem frenético no título Amazing Spider-Man, o que só aguçava a curiosidade dos leitores.
Devido a
desentendimentos com Stan Lee quanto aos rumos da série, e com o dono da
Marvel, Martin Goodman, quanto a não participação nos lucros com a venda de
material promocional do fã-clube MMMS (Merry Marvel Marching Society) –, Ditko
debandou para a concorrente Charlton Comics antes que a verdadeira identidade
do Duende fosse revelada.
Anos depois Stan declarou que Ditko entendia que o correto seria o Duende ser alguém completamente desconhecido,
para aumentar a sensação de realismo da série. Mas Stan não concordava, achando
que isso seria anticlímax total.
Eles já haviam
utilizado desse estratagema tempos antes, ao revelaram que o vilão Mestre do
Crime era um personagem que nunca tinha aparecido antes.
Assim que Ditko se mandou, Stan e o desenhista John Romita revelaram que o vilão era Norman Osborn. Além de ser o pai de
Harry, o melhor amigo de Peter Parker, Osborn também descobriu a dupla
identidade do Aranha e passou a atormentá-lo repetidas vezes.
O Duende teve vários
surtos psicóticos, seguidos de amnésia temporária. Ele assassinou Gwen Stacy, a
namorada de Peter em Amazing Spider-Man
121 (junho de 1973) – e acabou morrendo empalado na edição seguinte.
De maneira miraculosa
retornou em 1996, nas páginas da revista Spider-Man
75, durante a Saga do Clone. Aos
poucos, de perturbado mental obcecado por sua rixa pessoal com o Aranha, Norman
passou a ser retratado como um planejador mestre, chegando até a comandar a
agência MARTELO e os Vingadores Sombrios.
Essa versão moderna não
agradou os leitores mais antigos, e menos ainda o arco Pecados Pretéritos, com a revelação de que Norman e Gwen transaram
e tiveram um casal de gêmeos. O consenso geral é de que Norman deveria ter
permanecido morto lá atrás, em 1973.
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