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As 50 melhores HQs do Homem-Aranha [25 - 21]

A postagem anterior rendeu comentários em vários lugares. No Facebook, o chapa - e colunista do site Fanboy - Wendell Morais, argumentou que as histórias selecionadas são uma melhor que a outra, mas que "As Garras do Gato" e "A Volta do Gatuno" são ímpares!

E concluiu de maneira enfática que "Frederick Foswell é, sem dúvida alguma, um dos maiores coadjuvantes do universo aracnídeo", se referindo à HQ de estreia do personagem em Amazing Spider-Man 10, classificada por mim na 30ª posição.

Já na lista Gibilândia, Reginaldo Borges garantiu que adorava a revista Marvel Team-Up, principalmente as histórias produzidas por Chris Claremont e John Byrne - lembrando-se da vez em que Sonja tomou o lugar de Mary Jane.

Por fim, o intrépido Leo Vicente Di Sessa, do blog Fala, Animal!, lamentou o fato de revistas como a Team-Up não existirem hoje em dia, pois davam chance de heróis secundários brilharem. Ele tem razão! É só conferir outra da MTU que entrou nas selecionadas desta postagem. Aliás, só clássicos, pode apostar!

Links das postagens anteriores:

Parte 1 [50 - 46]
Parte 2 [45 - 41]
Parte 3 [40 - 36]
Parte 4 [35 - 31]
Parte 5 [30 - 26]

25ª - O QUE ACONTECEU COM O ESMAGADOR?
[Amazing Spider-Man 271]
Hogan, O Esmagador, enfrentou Peter Parker no ringue em Amazing Fantasy 15 (1962), mesmo antes de o rapaz estrear seu famoso traje azul e vermelho. Dali em diante, Hogan seria apenas uma vaga lembrança na memória de Peter, até seus caminhos se cruzarem outra vez nessa empolgante e, ao mesmo tempo, sensível HQ de 1985. Um dia, Tia May pediu para Peter ficar de olho em Nathan Lubensky, que se envolvera com agiotas. Ao sair, Peter se depara com mafiosos prestes a matar Hogan e outro rapaz. O herói arrebenta com todos e descobre que o velho Esmagador se tornara um simples faxineiro. O jovem pensa que o Aranha apareceu por ser amigo de Hogan, pois este passava os dias contando aos atletas novatos que ele era amigo do famoso Homem-Aranha. Ao perceber a situação, o Aranha confirma a versão de Hogan, demonstrando grandeza. Emocionado, o veterano Esmagador ganha, enfim, o respeito de todos os outros lutadores. Parecia um final feliz, mas ao chegar na casa de sua tia, Peter recebe a notícia que Nathan foi espancado e hospitalizado. Decepcionada, a doce senhora fecha a porta na cara do sobrinho. Com um aperto no coração, ele conclui que, mesmo fazendo a coisa certa, algo sempre dá errado...
Autores: Tom DeFalco (roteiro) - Ron Frenz e Joe Rubinstein (arte)


24ª - CARNIÇA, MEU FILHO OBSTINADO
[Spectacular Spider-Man 25 ao 31]
Em inglês, o título é "Carrion, My Wayward Son!", alusão à canção Carry On My Wayward Son, sucesso do Kansas, que acabou virando o tema dos Irmãos Winchester, em Supernatural. Carniça é o clone putrefato de Miles Warren, o cientista que clonou Peter e Gwen. E tudo que seu coração deteriorado pelo ódio deseja é matar o Homem-Aranha. Convidados como Tigre Branco, Saqueador Mascarado e a organização criminosa Maggia, surgem em meio a uma avalanche de acontecimentos paralelos que se cruzam ou colidem. O Aranha perde a visão e é amparado pelo Demolidor (foi a primeira vez que Frank Miller desenhou o herói cego), e a rivalidade se acentua entre Mary Jane e Betty Brant (então separada de Ned Leeds). Um épico subestimado pelo fandom e crítica especializada, que bem merecia uma reedição luxuosa. Ainda lembro como fiquei emocionado ao lê-lo pela primeira vez em Almanaque do Aranha 11 e 12 da RGE.
Autores: Bill Mantlo (roteiro) - Jim Mooney, Frank Miller e Frank Springer (arte)



23ª -  RELEMBRANDO O PASSADO*
[Amazing Spider-Man 257 ao 259]
Em meados dos anos 1980, Peter Parker estava dividido entre a Gata Negra e Mary Jane, e tentando compreender a funcionalidade do uniforme negro - oriundo da maxissérie Guerras Secretas. Mas ao final da edição 257, Mary Jane confessa que conhecia o segredo da dupla identidade do herói, para logo adiante revelar episódios sofridos de sua vida, que fariam Peter ver a ruiva com outros olhos. Detalhe: Em Parallel Lives, uma graphic novel de 1989 (inédita no Brasil), Gerry Conway revelou que a garota descobriu o segredo do Aranha no dia da morte de Tio Ben, contradizendo inúmeras situações ao longo de anos de histórias, que deixavam claro que Mary Jane não sabia que Peter e o Aranha eram a mesma pessoa. Apesar de ser uma grande forçada de barra, no intuito claro de criar maior cumplicidade e colocar Mary Jane como a mulher definitiva do herói, o arco original em três partes produzido por DeFalco e Frenz é realmente uma das melhores histórias do Homem-Aranha.
Autores: Tom DeFalco (roteiro) - Ron Frenz e Joe Rubinstein (arte)


22ª - A MULHER QUE NUNCA EXISTIU
[Marvel Team-Up 82 ao 85]
Você já se apaixonou por uma pessoa, só para descobrir depois que ela era alguém totalmente diferente? Pois é, Peter se deixou encantar muito rápido pela doce e indefesa Nancy Rushman,uma professorinha ruiva que precisava de proteção. O tipo de proteção que só o Homem-Aranha poderia proporcionar. Todavia, logo a verdade veio à tona: a delicada Nancy era realmente a superespiã Viúva Negra, desmemoriada e foragida. Com participações pra lá de especiais do Mestre do Kung Fu, Samurai de Prata, Madame Hidra, Bumerangue e Nick Fury, este é um thriller de espionagem nota DEZ, com porções equilibradas de ação e romance (uma republicação caprichada viria a calhar). No final das contas, o Aranha parte resignado, já que a Viúva não compartilhava os mesmos sentimentos de Nancy. Claro, tudo muito racional. Tal mulher jamais existiu, não é mesmo? Só não avisaram o coração de Peter Parker.
Autores: Chris Claremont (roteiro) - Sal Buscema e Steve Leialoha (arte)



21ª - NASCE UM SUPER-HERÓI!
[Amazing Spider-Man 41 ao 43]
Nos anos 1960, Stan Lee se habituou a contar histórias cada vez melhores e mais longas, divididas muitas vezes em arcos de três partes. "Nasce um Super-Herói!" é o segundo capítulo da eletrizante trilogia envolvendo o surgimento do poderoso Rhino, a transformação do Coronel John Jameson numa espécie de super-homem, e o alistamento de Flash Thompson, para lutar no Vietnã. É quando também Peter Parker compra sua motoca e começa, enfim, a flertar com Gwen Stacy. Mas entre tantos acontecimentos, o mais marcante, com certeza, é a primeira aparição de Mary Jane. Até então, MJ era apenas um nome, um vulto, um par de pernas cruzadas em histórias passadas; quando as velhinhas e sapecas May Parker e Anna Watson queriam apresentá-la ao tímido e estudioso Peter. Este, achando que a garota fosse mais feia que o Hulk, sempre dava um jeito de escapar aos encontros, até o dia que não teve mais jeito. Numa das cenas mais emblemáticas da mitologia aracnídea, Petey abre a porta e balbucia. Ele tirou a sorte grande... enquanto o desenhista John Romita entrou de vez - e de sola - no panteão dos artistas mais amados dos quadrinhos.
Autores: Stan Lee (roteiro) - John Romita (arte)



© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

* Em entrevista publicada na revista Wizmania 46 (julho de 2007), DeFalco disse-me o seguinte a respeito desse episódio: "Tentávamos entender por que um cara inteligente como Peter Parker se interessaria por Mary Jane. Tudo bem, ela era bonita, mas havia muitas outras mulheres lindas, também. Era preciso algo mais, algo que não soubéssemos. Por fim, concluímos que Mary Jane era um tanto quanto parecida com Peter: ela também usava uma máscara".

Comentários

flavio disse…
Realmente essa Team Up com a Viúva Negra é muito marcante.O envolvimento entre ela e o Aranha é tão convincente que o leitor chega a torcer por um romance definitivo entre os dois, lamentando-se quando isso não acontece no final.Sensacional,Roberto.Bem lembrado.Valeu!
Roberto Guedes disse…
Foi exatamente o que eu senti na época, Flávio. A torcida era grande para que o romance engrenasse, mesmo sabendo que eles não ficariam juntos ao final da história.
Sandro disse…
Uma bela seleção!
Também lamentei que o relacionamento com a Viúva não tenha engrenado. O peter poderia ter uma queda por ela até hoje, mas parece que essa ótima história foi ignorada pelos roteiristas.
Lendo sobre a história do esmagador e relembrando a história me veio à cabeça o lutador americano de luta livre, e dublê de ator, Hulk Logan. será que esse artístico é coincidência?
Roberto Guedes disse…
Sandrão, o que eu sei é que Hulk Hogan começou sua carreira profissional bem depois da primeira aparição do Esmagador nos gibis. Mas creio que é mera coincidência. "Hogan" é como é chamada também um tipo de cabana indígena feita de barro e toras de madeira. Talvez isso soe como algo forte aos ouvidos americanos.
Andre Bufrem disse…
Show de bola Guedes. Muitas lembranças da época em que li estas histórias. Principalmente do Carniça. Um vilão que infelizmente não deve voltar a aparecer, até porque bagunçaria tudo o que foi feito de bom com ele.
Aguardando os próximos posts.
Sinto falta de alguns vilões nas postagens, devem estar mais bem colocados!
Roberto Guedes disse…
Eu lembro que outras versões do Carniça apareceram em histórias dos anos 1990, inclusive durante a Saga do Clone. Mas concordo com você: basta desse lance de clonagem nas HQs do Aranha.
Kedu Peixoto disse…
Bem, se pararmos pra pensar, lá atrás quando o Peter finalmente a conheceu, a MJ praticamente o empurrou pra enfrentar o Rino.
Roberto Guedes disse…
Sim, Kedu, mas se pensarmos que ali ela já sabia do segredo de Peter, tornaria ainda mais ilógica a decisão da ruiva em se afastar de Peter por "não aguentar vê-lo em perigo".

Ademais, em "Finalmente desmascarado" (a 15ª no ranking) Mary Jane chega a debochar de Peter, classificando-o de psicótico. Isso não é atitude de alguém que está disfarçando, mas sim de alguém com pouca consideração pelos amigos.

Há muitos outros exemplos assim, em histórias diversas, comprovando que Mary Jane não tinha a mais remota ideia que seu amigo/namorado fosse o Aranha.