Pular para o conteúdo principal

A origem secreta do Capitão América

Capa da MSH 75 - Dossiê do Capitão América
A revista Mundo dos Super-Heróis 75 está nas bancas e traz um dossiê colossal de 16 páginas, que escrevi em comemoração aos 75 anos do Capitão América.

Desta vez o enfoque maior é na figura do "pai" de Steve Rogers - o editor, roteirista e desenhista Joe Simon. 

Há também muitas informações de bastidores, entremeadas por uma análise da atmosfera reinante naquele período histórico.

Vai conferir  também como o governo americano incentivava os escritores de ficção, para que evocassem o patriotismo em seus leitores.

Além, claro, das principais influências que determinaram a gênese do personagem, como, por exemplo, o conceito utópico do Übermensch, de Nietzshe.

Segue abaixo um aperitivo da reportagem. Assim que acabar de lê-lo, corra logo para a banca mais próxima, pois os exemplares já estão acabando.

A ideia de se criar um herói patriótico, que trajasse uma roupa com as cores da bandeira americana, dominou os pensamentos de Joe Simon desde cedo, antes mesmo que ele se tornasse um profissional das histórias em quadrinhos. 

Por volta de 1922, quando ainda cursava o primário, a classe de Simon recebeu a visita de um veterano da Guerra Civil Americana (1861-1865). O homem tinha mais de 80 anos, e vestia um uniforme já bem surrado pelo tempo. 

A jovem professora o apresentou simplesmente como “O Soldado”, mas para Simon ele representava bem mais do que isso: “Era o meu primeiro contato com uma lenda viva”. 

Em seguida, o veterano desfraldou uma enorme bandeira, semelhante àquela usada no funeral do presidente Lincoln, arrancando aplausos esfuziantes da turma. A professora explicou que o soldado estava ali para dar uma mensagem, mas tudo o que ele fez foi estender sua mão para cada um dos alunos e dizer: 

“Aperte a mão que apertou a mão de Abraham Lincoln”. 

A professora se posicionou num canto da sala e fez um gesto para os alunos, insinuando que o velho era caduco. Mas Simon e seus amiguinhos ignoraram a falta de respeito dela, enquanto apertavam, com orgulho, a mão calejada daquele grande herói americano.

Animado pela boa receptividade da classe, o veterano começou a cantar “Boys the Old Flag Never Touched the Ground”, uma antiga música patriótica. Ele continuou cantando e marchando em direção à porta e, mesmo depois de ter saído da sala, os alunos, de maneira frenética, ainda aplaudiam, assoviavam e davam socos no ar. 

Simon, por sua vez, estava com os olhos injetados, e sentindo um nó na garganta de tanta emoção. Naquele exato momento, o Capitão América nascia no coração acelerado de um garoto de nove anos de idade. 

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários