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Homem-Aranha: Cinco décadas de sucesso no Brasil

Primeira aparição em 1967
Embora o Álbum Gigante 11, lançado pela EBAL (Editora Brasil-América Ltda) em agosto de 1968, seja o primeiro gibi brasileiro a publicar uma história em quadrinhos do Homem-Aranha, a estreia de fato do personagem ocorreu mais de um ano antes, em forma de anúncio, em Superxis 0, de julho de 1967. Um título que trazia as aventuras do Incrível Hulk e do Príncipe Submarino.

Na verdade, era a reprodução de um anúncio americano de camisetas dos heróis Marvel, publicado nas revistas originais dessa editora, que faziam um tremendo sucesso nos Estados Unidos. Entre os heróis estava lá o aracnídeo - ainda como "Spider-Man", sem a tradução do codinome - e de sua contraparte "civil", Peter Parker.

Finalmente, em abril de 1969, a EBAL lançou sua revista solo: O Homem-Aranha - como parte de um pacote de novas publicações que também trouxe o Demolidor (Marvel), Aquaman (DC Comics) e Judomaster (Charlton Comics). O Aranha alcançou a expressiva marca de 70 números, sem contar outra série e mais alguns almanaques.

Um bom tempo depois, precisamente em fevereiro de 1975, o Aranha e demais personagens Marvel começaram a sair pela Bloch Editores. Se antes eram publicados num formato grande, praticamente igual ao americano, agora saíam em formatinho. E enquanto essa editora promovia os novos títulos através de uma campanha de marketing que envolvia o programa infantil do Capitão Aza na TV Tupi, e a coluna do Clube do Bloquinho (um tipo de fã-clube gerenciado por Moysés Weltman) nos gibis e na revista Amiga; a EBAL estampava em suas revistas um anúncio provocador.

Pacote de lançamentos: 1969

A EBAL ainda tinha muitas edições do Aranha em estoque, e chamava a atenção dos leitores para o fato de suas revistas não virem com "remontagens" - uma cutucada aos gibis da Bloch, cujos primeiros números apresentaram um excesso de ampliações de quadros e, como consequência, preenchimentos de arte malfeitos (o chamado "decorado"). A revista alcançou 33 edições e mais alguns especiais.


Coluna do Bloquinho na revista Amiga
Depois da Bloch, o Cabeça de Teia ainda passaria pela RGE (Rio Gráfica e Editora) e Editora Abril, até migrar, em janeiro de 2002, para a Panini Comics. Sempre a manter uma posição de destaque nos lançamentos da editora, o Homem-Aranha segue seu caminho nas bancas e livrarias brasileiras, ainda com grande popularidade entre os fãs... apesar de suas modernas HQs serem sofríveis em termos de conteúdo.
Anúncio em tom de provocação: "sem remontagens"
Uma dica: essas e outras curiosidades dos bastidores do Homem-Aranha no Brasil foram publicadas num longo artigo que escrevi, em forma de "dossiê", para a revista Mundo dos Super-Heróis 82 (setembro de 2016). Caso você tenha perdido a edição, ainda poderá encomendar a versão online pelo site da Editora Europa. É só clicar no link adiante: MSH 82.

Tá falado!

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

Andre Mansim disse…
O Aranha com certeza é o maior personagem dos quadrinhos de todo mundo.
Pena que suas atuais histórias são muito ruins.

Bela postagem Guedes.
Roberto Guedes disse…
Pena mesmo, André. A Marvel vem se esforçando ao máximo - já faz algum tempo - para destruir seu principal personagem.
Tadeu Olivetti disse…
Tive a felicidade de ter colecionado "O Homem-Aranha" da EBAL. Lamentavelmente, as histórias do herói aracnídeo decaíram após a morte de Gwen Stacy. Aquele que foi referência como um super-herói diferenciado, com problemas humanos, caiu na vala comum à todos os outros mascarados.