Olha aí! Chegamos à metade do ranking das histórias mais legais do Amigão da Vizinhança. E como diria Johnny Storm, o negócio tá pegando fogo!
Muita gente adorou - e até sentiu-se aliviada - ao constatar que "Expedição à Terra Selvagem" marcou presença na última postagem. Ora, alguém achou mesmo que eu deixaria de fora esse clássico de Roy Thomas e Gil Kane?
Falando em Kane, ele também foi lembrado com carinho pelos leitores que curtiram "O que aconteceria se Gwen Stacy não tivesse morrido?", uma HQ que comoveu todo mundo - quase tanto quanto a história da morte da loirinha.
Mas não podemos dizer o mesmo de John Romita JR. No Facebook, o filho do lendário Romitão vem sofrendo duras críticas por causa de seu desempenho artístico atual (e olha que não havia nenhum trabalho dele listado na parte 4 deste artigo).
Aqui estão os links das postagens anteriores:
Parte 1 [50 - 46]
Parte 2 [45 - 41]
Parte 3 [40 - 36]
Parte 4 [35 - 31]
Antes de terminar, gostaria de agradecer ao pessoal do site Colecionadores de HQs (em especial a Renato Frigo e Alexandre Morgado), pela entrevista realizada comigo, na qual pude falar um pouco mais de minha carreira e projetos.
É só clicar aqui pra conferir: Entrevista com Roberto Guedes.
Abraço fraterno!
30ª - OS EXECUTORES!
[Amazing Spider-Man 10]
Um dos aspectos que mais gosto no "universo" do Aranha é o seu microcosmo mafioso, pois os personagens inseridos nele são todos interessantes e sempre renderam ótimas histórias. É o caso, por exemplo, de Os Executores, um trio barra-pesada formado por Fancy Dan, Montana e Touro, que agiam sob as ordens do Maioral, o chefão do submundo. Jameson queria provar que o Maioral era o Aranha disfarçado, enquanto o herói tinha convicção que o vilão era o editor do Clarim. Os dois caem do cavalo quando a polícia revela que o Maioral era o repórter Frederick Foswell, um sujeito raquítico e meio apagado que vivia levando bronca de Jameson. Quando assumia o papel de Maioral, Foswell usava sapatos com plataforma e enchimentos na roupa, pra parecer um homem grande e forte. Um genuíno conto policial repleto de revelações: da parte de Flash Thompson, que demonstra preocupação pela segurança do desafeto Peter Parker e, principalmente, ao final, quando Jameson admitiu sentir inveja da coragem e desprendimento do Homem-Aranha. Era a Marvel revolucionando os quadrinhos; presenteando os leitores com personagens críveis e tridimensionais.
Autores: Stan Lee (roteiro) - Steve Ditko (arte)
29ª - PARA SE TORNAR UM VINGADOR!
[Amazing Spider-Man Annual 3]
É normal você topar com vários memes na internet que brincam com a vontade do Homem-Aranha fazer parte dos Vingadores. O que talvez muita gente não saiba, é que esse lance é bem antigo na mitologia do Cabeça-de-Teia (precisamente, de 1966) e que, na realidade, foi a equipe que quis recrutá-lo às suas fileiras. Mas para se integrar aos Vingadores, o Aranha teria de trazer o Hulk. Sem ouvir o resto da explicação, o herói parte ao encalço do Golias Verde. Após uma luta violenta, Hulk volta a ser o frágil Dr. Banner. O aracnídeo viu que ele não era mau, e que sua situação merecia mais pena que punição. Ele volta sozinho ao QG dos Vingadores apenas para dizer que não traria o Hulk, e vai embora. Os heróis mais poderosos da Terra não têm a oportunidade de dizer que só queriam ajudar o Hulk. Mais tarde, em sua casa, um Peter Parker de semblante triste, lamenta a oportunidade perdida de integrar os Vingadores e de ser visto com bons olhos pela população.
Autores: Stan Lee (roteiro) - John Romita, Don Heck e Mike Esposito (arte)
28ª - O TAMANHO DE UM HOMEM!
[Marvel Team-Up 68]
A Marvel Team-Up trazia encontros do Aranha com outros heróis da Marvel, e uma das fases mais empolgantes foi produzida pela dupla Claremont/Byrne - a mesma responsável pelo sucesso de Os Novos X-Men, a partir do final dos anos 1970. A minha preferida é esta, que mostra o Aranha salvando o Homem-Coisa de um dono de circo inescrupuloso, apenas para serem lançados nos pântanos da Flórida, em meio a uma disputa entre o demônio Desespero e o mago Dakimh (e sua discípula Jennifer Cale). A batalha ocorre aos pés de uma torre repleta de símbolos místicos - como a pirâmide e o Olho-Que-Tudo-Vê - que confere a Desespero o poder de transformar a realidade conforme seu desejo maligno. Com um simples toque de sua mão, o vilão faz o Aranha se ajoelhar de medo. Mas quando a fera de lama tenta salvar o herói e é queimado vivo, o Aranha renega o pavor forçado que o domina, enxuga as lágrimas que escorrem por dentro de sua máscara, e surra de maneira brutal seu oponente. Desespero descobriu, a duras penas, que ao semear vento, colheu tempestade.
Autores: Chris Claremont (roteiro) - John Byrne e Bob Wiacek (arte)
27ª - A VOLTA DO GATUNO*
[Amazing Spider-Man 93]
Nós temos de dar a mão à palmatória, Stan Lee era um mestre na arte do soap opera. Aliás, este é um dos segredos do sucesso do Universo Marvel em seus primórdios: a mistura desavergonhada de ação, aventura e melodrama - de fazer ruborizar nossos melhores autores de telenovelas. Na verdade, o que menos tem importância aqui é a tal "volta do Gatuno" - diga-se de passagem, um personagem com um visual interessante o suficiente pra inspirar Todd McFarlane na criação do seu Spawn. Tudo que norteia essa HQ é o relacionamento amoroso e complicadíssimo de Peter Parker e Gwen Stacy. O pai da moça morrera dias antes, e seus tios, preocupados, convidam a garota pra morar com eles lá na distante Inglaterra. Afinal, não há mais nada que a prenda na América, exceto Peter. Tudo o que ela quer é que o seu amado peça-lhe pra ficar. Tudo o que ele quer, é que ela fique. Mas quando Gwen diz que seu amor por Peter é ainda maior que o ódio que sente do Homem-Aranha - aquele a quem ela culpa pela morte do Capitão Stacy -, só resta a Peter declinar, já que não poderia revelar seu segredo à namorada, enquanto não limpasse a barra do aracnídeo com as autoridades. No desenrolar dos acontecimentos e dos desencontros, o leitor testemunha um desesperado Peter Parker correndo até o aeroporto, na tentativa de impedir que sua amada vá embora. Mas era tarde demais...
Autores: Stan Lee (roteiro) - John Romita (arte)
26ª - AS GARRAS DO GATO
[Amazing Spider-Man 30]
Esta HQ é de suma importância, pois cumpre um papel de divisor de águas na mitologia do aracnídeo. Assim como aconteceria anos depois, em "A volta do Gatuno", aqui o Aranha enfrenta também um inimigo menor dentro de uma trama maior impregnada de romantismo - ou melhor, de corações despedaçados. Formado há pouco no colegial e prestes a ingressar na vida universitária, Peter se vê cada vez mais pressionado a tomar um posição séria em relação a namorada Betty Brant. Há tempos Betty era cortejada pelo almofadinha Ned Leeds, um jornalista do Clarim. Ao saber que Ned pediu Betty em casamento, Peter conclui, de maneira afobada, que é hora de contar a moça que ele é o Aranha, para, em seguida, pedi-la em casamento. Mas assim que toca no nome do herói, Betty diz que jamais se casaria com um aventureiro, e que homem perfeito pra ela seria alguém pacato e responsável como Peter. É quando a ficha cai para o sofrido sobrinho de Tia May: ele jamais poderia oferecer a Betty aquele tipo de vida, e então dá um fim ao namoro da maneira mais ríspida possível, deixando Betty sem entender nada. O destino reservava caminhos distintos a ambos, e a cena final delineada pelo desenhista Steve Ditko, deixava bem claro, que a sombra do Homem-Aranha jamais permitiria que se cruzassem de uma maneira definitiva outra vez.
Autores: Stan Lee (coplanejamento e diálogos) - Steve Ditko (coplanejamento e arte)
* Clique AQUI e leia a crônica que escrevi tempos atrás, parcialmente inspirado pela última página dessa HQ.
Muita gente adorou - e até sentiu-se aliviada - ao constatar que "Expedição à Terra Selvagem" marcou presença na última postagem. Ora, alguém achou mesmo que eu deixaria de fora esse clássico de Roy Thomas e Gil Kane?
Falando em Kane, ele também foi lembrado com carinho pelos leitores que curtiram "O que aconteceria se Gwen Stacy não tivesse morrido?", uma HQ que comoveu todo mundo - quase tanto quanto a história da morte da loirinha.
Mas não podemos dizer o mesmo de John Romita JR. No Facebook, o filho do lendário Romitão vem sofrendo duras críticas por causa de seu desempenho artístico atual (e olha que não havia nenhum trabalho dele listado na parte 4 deste artigo).
Aqui estão os links das postagens anteriores:
Parte 1 [50 - 46]
Parte 2 [45 - 41]
Parte 3 [40 - 36]
Parte 4 [35 - 31]
Antes de terminar, gostaria de agradecer ao pessoal do site Colecionadores de HQs (em especial a Renato Frigo e Alexandre Morgado), pela entrevista realizada comigo, na qual pude falar um pouco mais de minha carreira e projetos.
É só clicar aqui pra conferir: Entrevista com Roberto Guedes.
Abraço fraterno!
30ª - OS EXECUTORES!
[Amazing Spider-Man 10]
Um dos aspectos que mais gosto no "universo" do Aranha é o seu microcosmo mafioso, pois os personagens inseridos nele são todos interessantes e sempre renderam ótimas histórias. É o caso, por exemplo, de Os Executores, um trio barra-pesada formado por Fancy Dan, Montana e Touro, que agiam sob as ordens do Maioral, o chefão do submundo. Jameson queria provar que o Maioral era o Aranha disfarçado, enquanto o herói tinha convicção que o vilão era o editor do Clarim. Os dois caem do cavalo quando a polícia revela que o Maioral era o repórter Frederick Foswell, um sujeito raquítico e meio apagado que vivia levando bronca de Jameson. Quando assumia o papel de Maioral, Foswell usava sapatos com plataforma e enchimentos na roupa, pra parecer um homem grande e forte. Um genuíno conto policial repleto de revelações: da parte de Flash Thompson, que demonstra preocupação pela segurança do desafeto Peter Parker e, principalmente, ao final, quando Jameson admitiu sentir inveja da coragem e desprendimento do Homem-Aranha. Era a Marvel revolucionando os quadrinhos; presenteando os leitores com personagens críveis e tridimensionais.
Autores: Stan Lee (roteiro) - Steve Ditko (arte)
29ª - PARA SE TORNAR UM VINGADOR!
[Amazing Spider-Man Annual 3]
É normal você topar com vários memes na internet que brincam com a vontade do Homem-Aranha fazer parte dos Vingadores. O que talvez muita gente não saiba, é que esse lance é bem antigo na mitologia do Cabeça-de-Teia (precisamente, de 1966) e que, na realidade, foi a equipe que quis recrutá-lo às suas fileiras. Mas para se integrar aos Vingadores, o Aranha teria de trazer o Hulk. Sem ouvir o resto da explicação, o herói parte ao encalço do Golias Verde. Após uma luta violenta, Hulk volta a ser o frágil Dr. Banner. O aracnídeo viu que ele não era mau, e que sua situação merecia mais pena que punição. Ele volta sozinho ao QG dos Vingadores apenas para dizer que não traria o Hulk, e vai embora. Os heróis mais poderosos da Terra não têm a oportunidade de dizer que só queriam ajudar o Hulk. Mais tarde, em sua casa, um Peter Parker de semblante triste, lamenta a oportunidade perdida de integrar os Vingadores e de ser visto com bons olhos pela população.
Autores: Stan Lee (roteiro) - John Romita, Don Heck e Mike Esposito (arte)
[Marvel Team-Up 68]
A Marvel Team-Up trazia encontros do Aranha com outros heróis da Marvel, e uma das fases mais empolgantes foi produzida pela dupla Claremont/Byrne - a mesma responsável pelo sucesso de Os Novos X-Men, a partir do final dos anos 1970. A minha preferida é esta, que mostra o Aranha salvando o Homem-Coisa de um dono de circo inescrupuloso, apenas para serem lançados nos pântanos da Flórida, em meio a uma disputa entre o demônio Desespero e o mago Dakimh (e sua discípula Jennifer Cale). A batalha ocorre aos pés de uma torre repleta de símbolos místicos - como a pirâmide e o Olho-Que-Tudo-Vê - que confere a Desespero o poder de transformar a realidade conforme seu desejo maligno. Com um simples toque de sua mão, o vilão faz o Aranha se ajoelhar de medo. Mas quando a fera de lama tenta salvar o herói e é queimado vivo, o Aranha renega o pavor forçado que o domina, enxuga as lágrimas que escorrem por dentro de sua máscara, e surra de maneira brutal seu oponente. Desespero descobriu, a duras penas, que ao semear vento, colheu tempestade.
Autores: Chris Claremont (roteiro) - John Byrne e Bob Wiacek (arte)
27ª - A VOLTA DO GATUNO*
[Amazing Spider-Man 93]
Nós temos de dar a mão à palmatória, Stan Lee era um mestre na arte do soap opera. Aliás, este é um dos segredos do sucesso do Universo Marvel em seus primórdios: a mistura desavergonhada de ação, aventura e melodrama - de fazer ruborizar nossos melhores autores de telenovelas. Na verdade, o que menos tem importância aqui é a tal "volta do Gatuno" - diga-se de passagem, um personagem com um visual interessante o suficiente pra inspirar Todd McFarlane na criação do seu Spawn. Tudo que norteia essa HQ é o relacionamento amoroso e complicadíssimo de Peter Parker e Gwen Stacy. O pai da moça morrera dias antes, e seus tios, preocupados, convidam a garota pra morar com eles lá na distante Inglaterra. Afinal, não há mais nada que a prenda na América, exceto Peter. Tudo o que ela quer é que o seu amado peça-lhe pra ficar. Tudo o que ele quer, é que ela fique. Mas quando Gwen diz que seu amor por Peter é ainda maior que o ódio que sente do Homem-Aranha - aquele a quem ela culpa pela morte do Capitão Stacy -, só resta a Peter declinar, já que não poderia revelar seu segredo à namorada, enquanto não limpasse a barra do aracnídeo com as autoridades. No desenrolar dos acontecimentos e dos desencontros, o leitor testemunha um desesperado Peter Parker correndo até o aeroporto, na tentativa de impedir que sua amada vá embora. Mas era tarde demais...
Autores: Stan Lee (roteiro) - John Romita (arte)
26ª - AS GARRAS DO GATO
[Amazing Spider-Man 30]
Esta HQ é de suma importância, pois cumpre um papel de divisor de águas na mitologia do aracnídeo. Assim como aconteceria anos depois, em "A volta do Gatuno", aqui o Aranha enfrenta também um inimigo menor dentro de uma trama maior impregnada de romantismo - ou melhor, de corações despedaçados. Formado há pouco no colegial e prestes a ingressar na vida universitária, Peter se vê cada vez mais pressionado a tomar um posição séria em relação a namorada Betty Brant. Há tempos Betty era cortejada pelo almofadinha Ned Leeds, um jornalista do Clarim. Ao saber que Ned pediu Betty em casamento, Peter conclui, de maneira afobada, que é hora de contar a moça que ele é o Aranha, para, em seguida, pedi-la em casamento. Mas assim que toca no nome do herói, Betty diz que jamais se casaria com um aventureiro, e que homem perfeito pra ela seria alguém pacato e responsável como Peter. É quando a ficha cai para o sofrido sobrinho de Tia May: ele jamais poderia oferecer a Betty aquele tipo de vida, e então dá um fim ao namoro da maneira mais ríspida possível, deixando Betty sem entender nada. O destino reservava caminhos distintos a ambos, e a cena final delineada pelo desenhista Steve Ditko, deixava bem claro, que a sombra do Homem-Aranha jamais permitiria que se cruzassem de uma maneira definitiva outra vez.
Autores: Stan Lee (coplanejamento e diálogos) - Steve Ditko (coplanejamento e arte)
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.* Clique AQUI e leia a crônica que escrevi tempos atrás, parcialmente inspirado pela última página dessa HQ.
Comentários
Lembrou bem como o "novelão" faz parte do Universo Marvel, talvez o relacionamento entro o Banner e a Viúva Negra no último filme dos Vingadores tenha sido uma maneira de resgatar isso para os filmes.
Acho que em A Volta do Gatuno a arte do Romita Sr. está em um dos seus melhores momentos, simplesmente linda.
Mais histórias que não lembrava. Como essa do Aranha tentando entrar nos Vingadores. Vou procurar para reler. Sabe se saiu por aqui?
Quanto ao Gatuno, é um personagem extremamente subestimado. Gosto muito dele. Lembro de HA # 20 da Abril com uma hostória dele e uma com a Beladona. Baitas histórias. Gostaria que sstes personagens fossem resgatados.
O Gatuno não andou envolvido com aquele magazine em P e B do Aranha? Não lembro bem, mas acho que ele esteve presente no número 1, não?
Já a primeira aparição do Gatuno, ocorreu em AMAZING SPIDER-MAN 78. Na edição 65 da MUNDO DOS SUPER-HERÓIS eu trouxe mais detalhes interessantes sobre o personagem, Bufrem.