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Chet: um tremendo faroeste à brasileira!


Entusiasmado com as boas vendas da revista do Tex, um caubói oriundo da Itália, Lotário Vecchi, proprietário da Editora Vecchi, do Rio de Janeiro, pediu ao seu editor, Otacílio D’ Assunção, vulgo Ota, que contratasse dois autores para a produção de um faroeste nacional. 

Assim, Ota contatou os irmãos Wilde e Watson Portela (na época, Wilde ainda não assinava seu sobrenome com dois “L”), passando-lhes as diretrizes básicas da primeira história: a de se iniciar com um massacre no rancho de Chet Mackee, e que o mocinho deveria ter como amigos um adolescente e um homem abrutalhado. 

Na concepção dos autores, o garoto se tornou Rick, irmão mais novo de Virginia, a esposa assassinada de Chet. Já o abrutalhado seria Blue, uma referência mais discreta a outro famoso caubói europeu, o Blueberry, do francês Moebius. 

Durante muitos anos especulou-se que o nome “Chet” teria sido uma escolha do próprio Lotário, sendo também um anagrama para “Tex”. Contudo, Wilde afirmou que ele simplesmente se inspirou no músico de jazz Chet Baker. 

Chet estreou como apresentação secundária da revista Ken Parker, com a história Desejo de Vingança (mais tarde compilada numa edição especial), e apareceu também em Histórias do Faroeste 1 (dezembro de 1979), antes de ganhar série própria em maio de 1980. 

As histórias de Chet eram bem movimentadas e com várias referências históricas dos Estados Unidos do século 19. Wilde também surpreendeu ao inserir elementos da cultura japonesa na HQ O Samurai, em Chet 11 (abril/1981) e, ao adaptar o drama de Zumbi dos Palmares em Os Filhos de Zâmbi, em Chet 17 (outubro/1981). 

Além de Watson, a revista contou com outros ótimos desenhistas: Eduardo Ofeliano, Eduardo Vetillo e Antonino Homobono Balieiro. Em seu auge, o título chegou a vender 80 mil exemplares por mês, sendo cancelada apenas na edição 22 devido a problemas administrativos da editora.

Após um longo período de ausência, o personagem voltaria numa edição especial da Ink & Blood: Chet – Cavaleiros do Apocalipse, com desenhos de A-Lima (Antonio Lima). Em seguida, Chet teria histórias inéditas publicadas em Almanaque Meteoro 3 (maio de 2011) e Almanaque Meteoro 5 (novembro de 2014), do meu selo editorial Guedes Manifesto. Ambas HQs roteirizadas por Wilde, com desenhos de A-Lima e Décio Ramirez respectivamente.

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.

Comentários

Unknown disse…
Fantástico.Não sabia que Chet era Nacional. Afinal so conheço capas pela internet.
Roberto Guedes disse…
Duas histórias foram publicadas no Almanaque Meteoro, Denis. Com roteiros do próprio Wilde. Dê uma conferida!
Unknown disse…
Lembro...mas vou reler!
Marcilio disse…
Tenho toda a coleção com exceção da edição 06, mas realmente foi um personagem fantástico no auge da Editora Vecchi. Uma revista feita por brasileiros e com grandes histórias.
Roberto Guedes disse…
Concordo, Marcilio! Chet é um personagem e tanto!