Antes de tudo, Jerônimo é uma surpreendente adaptação do faroeste americano
para os sertões brasileiros. Protagonista de uma novela de rádio
transmitida pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Jerônimo, o Herói do Sertão foi criado em 1953 por Moysés
Weltman.
O programa fez tanto sucesso que ficou no ar 14 anos. Em julho de 1957, a
RGE (Rio Gráfica Editora) começou a publicar sua versão em quadrinhos, desenhada por Edmundo
Rodrigues. O artista baseou as feições do
personagem nas do povo amazonense. Rodrigues também declarou que a primeira
edição do gibi vendeu, num só dia, 140 mil exemplares.
O personagem atingiria quase 100 edições entre o título mensal e almanaques, e sua trajetória na RGE seria cancelada apenas em 1966, praticamente coincidindo com o
fim das transmissões radiofônicas. Adiante, Jerônimo também viraria telenovela, primeiro
pela Tupi (1972), e depois pelo SBT (1984). Nas duas ocasiões, encarnado pelo ator Francisco di Franco.
Ainda em 1972, o personagem foi levado ao cinema, num filme produzido e protagonizado por Adolpho Chadler. Rodrigues tentou a volta do
personagem aos gibis, em 1979, pela Bloch Editores (onde trabalhava como editor de quadrinhos na época), mas só saíram três edições em formatinho.
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